30 de dezembro de 2017

Enquanto chove

Molha meu chão e lava meus pensamentos....
Eu sou tudo que sonho
E nada que dizem e nem sei
Sou a gota de orvalho cristalina...

Que banha e rega a flor que também colherei ao  meu Amor...

Você, linda Keile de Lilás.

Vem se desfazendo os caminhos da terra
Em que se perdem tantos os que se encontram
Porque na busca incessante das coisas
Perde-se a visão de si para os passos

Que conduz a trilha escura dos olhos
Falo do mundo, de sua plena existência
De toda sua proporção e deslizes dos desejos
Para se ser igual, neste dia derradeiro

O que antecede o fim de todos os outros
Dias que se foram e fizeram o ano
Que por tudo passou e nos suportou
Nada fizemos senão ser a engrenagem

Fazendo funcionar a vida, fazendo chover também
Porque necessitávamos da chuva tão voraz
Debaixo desse pé! Pé de quê?
E se desfazem às trilhas...

E a vida é escombro, escuridão das festas
Que entoam notas da perdição, verdades incompletas
Eu sou a assombração do mundo
Porque ele não me aceita, eu sou Teu!

"Eu sou a alma do meu corpo
A essência do amor sem emoção
Eu sou o louvor do meu pensar
A realeza do meu sonho... Sou agua da minha chuva
Vento da minha tempestade.

29 de dezembro de 2017

Se respirar

Não me fosse como as nuvens
Não navegaria eu teu mar
De brandas ondas sonoras e lunar
Quem dera eu fosse tu a me gostar tanto

Amaria teu riso como se rio que procura o mar
Para me e se aventurar em tu tão melindra
Terra desconhecida que me faz desvendar
Horizontes estreitos de nuvens de algodão

E se desfazem os ventos
E sou teu céu de estrelas
Bela lua que tudo em mim alumia
Para brilhar em ti o que em mim há

Amor que me sondas e apetece
O deslizar da hora que nos acontece
Viagem distante de mundos estranhos
Que só de sonhar, realizamos

O nosso amanhã que chega hoje
Faz esquecer o sono e o pesar
Faze-de-ti Princesa a cirandar
E sou teus passos a dançar...

.

28 de dezembro de 2017

Enquanto isso!

Todas às coisas acontecem, surgem e são
No meado do segundo tempo da vida
Que está e vai além dos nós de nós
Para que até chegue no interior, nosso

Nada tão relés e vão
Para que tudo nos ocorra
De forma que sombras não ocultem as palavras
Como essa noite que escrevo

A meia luz da relva em orvalhos cristalinos
Apenas a luz da lua/

Tão somente a luz natural do meu ser
Que te busca no verso que recria
E vai formando o poema
Vai desenhando o sonho, realizando a vida

A água deste ribeiro entoa notas
De uma canção antiga
Tão nossa, quanto deste ribanceiro
Frio e intocável como nuvens

Enquanto isso sem o vento
Ouço o chiar das águas
E me deito no silêncio da noite
Para te sonhar, Amor.

26 de dezembro de 2017

Aquiescência

Sobre-excelente cortina esbranquiçada
Corpos vagam rudes as ruas que se escondem do olhar
Pequenos faróis acesos onde tudo é assombro
Nada do que vejo, é senão o que eu vejo.

E nada  mais/

Do além-céu que desce, faz-me fluir
Como um rio oculto de muitas águas
Que estão mais fundas, num lugar secreto
A campina e o cerrado se escondem

Por entre os montes
E nada  mais/

Não se tem faróis a controlar
Tudo é tempo e espaço, é real
E o campo de flores se aquecem no frio da neblina
Uma terra estranha e escura chamada mente

E nada mais é
Senão o que vai passar
Para o  mistério desvendar, realizar

Sobre trilhos de ferro pesados caminho
E é como a imagem irreal
Só que realizada por mim, antes do ouvir
E desejada por outros que vivem apenas..

E nada mais/

E eu sonho antes de viver.

25 de dezembro de 2017

Para vencer surge o Amor

Nascemos sobre todas ás coisas, porque enxergamos
Tudo muito nos parece distante pelas ilusões
Que são só notícias e tudo estaciona, neblina dos olhos
Tudo é possível, no imaginar de cada pensamento

Um mundo que podemos recriar
Totalmente fora dessa mecanização mortal
Chega de engrenagens, sons de festas e ressacas insanas
Busquemos a vida em tua  plenitude, a ponte

Cruzar as estradas e cegar o passado
A cada passo sentir e ver surgir a estrada que nos espera nesse caminho
Sem obsessões ou possessões da existência, ter o domínio de si
Da ciência do corpo e dos sonhos, nossos

A sensação de que neva e posso tocar no orvalho
Que rega a relva em sua imensidão, não é a neblina
É apenas os olhos, o segundo e isso passa
A fronte do riacho coberto, imenso mistério
O chiar e chacoalhar das folhas das árvores

Mergulho em apenas o olhar, e ele transcende
Sabe que estou ali e ouço teu agitar, as ondas
Junto aos ventos invisíveis
Não é um corpo que preciso, mas do que está ali

Diante dos olhos,
E me basta sentir e ver
Como te busco e sua imagem me completa
Porque tu és meus interior,

Minha flora Keile de lindo lilás/

A criação sem as nossas mãos
Dando o fruto no cacho
Em que os pássaros lindos se alimentam
A ponte do rio para a estrada

E a noite vem caindo, após o derradeiro dia
De sol e gotas cristalinas de chuva de orvalho
Sem pensamentos, mas com a graça de recriar a imaginação
Esperar e deixar ser, surgir, porque é  amor

A monção dos montes e outeiros
Toco e sinto,  e isso realizo, te busco e te encontro
Descansa a alma, e flutua o corpo a realidade
Descubro aqui no alto dessa colina
Que toda águia faz teu ninho em meio aos espinhos...

Pois assim aprendem a voar, não a ter apenas os pés no chão.

20 de dezembro de 2017

Vai chover, só que antes venta...

O peito como exposição do que dentro de mim bate
Fazendo os sentidos despertarem, e me percebo ser o vento
Que agora parte das ilhas buscando um novo ribeiro
Venta e levo ás folhas fazendo pensar

Se vai chover ou não/

Deste modo ou de outro, sou onisciente
De passos tão meus a ir contra outro vento
Cortante a face que a beira da calçada acha o caminho
Transformando até poder dizer, a onisciência das coisas

Que estão do outro lado, longe de meus olhos
Não da  minha alma que agora é o trovejar da chuva
Que inteiramente me lava, e sou orvalho das flores
A limpar o chão que outrora vou caminhar, sem lembranças

Meus pensamentos são gotas cristalinas
Meu coração a mera folha que desliza a estrada
Minha alma á pena que escreve a história
Onde a vida, pelas manhãs e tardes e noites

São meu tinteiro/

Sou o incolor da chuva que cai corriqueira
Fazendo os grãos alegres e as sementes sorrirem
E me torno cada coisa em que pinto
Sem te tocar, pois a nada mais pertence eu existir!

Sou inteiro e real
E não oscilo como todo vento que cessa.

19 de dezembro de 2017

Desenhos vitrais inconscientes



Cidade fantasma de uma mata inaudível
Cortinas de cetim e carmesins
Há algo lá fora! Se ofusca dos olhos
A espreita da porta imóvel
Ao meado do vento de um estardalhaço
Arrastando as folhas secas
Que buscam abrigo como os morcegos
Em suas moradas escuras, cavernas irreais
Existentes dentro de outro mundo
O sonho vagando inconsciente
Despertando veemente os riachos
Além das trilhas mortíferas pelas tuas eiras
Se escondem ás sombras, enriquecendo o olhar
Trilhos mórbidos, onde camufla as raízes
O silêncio que fala da noite suspensa
Carrega a fragrância de uma flor
Se acende a fogueira ao cobrir o corpo febril
Olhos perdidos as vitrais da alma inconsciente
Figuras que assolam o males das paisagens
Para longe do sentido íntimo, ali e ponto
A luz que dissipa as sombras
A suportar o próprio calor emitido
Que nunca conhece os ventos
Trilhas de um pensamento chamado, mundo
Ássomos de sonhos perdidos
Espelho de luzes frágeis
Jazendo profundo adormecer
Espectros de trovoadas
Que desenham um infinito horizonte
Onde estranhamente caem
Milhares de estrelas, além-do-além.

18 de dezembro de 2017

O fogo, o amor

O fogo queima, arde
Desenha-se ao passar do vento
Ninguém toca, mas aquece quem se aproxima
Afasta enquanto transforma, persistente

O amor acontece sem escolhas
Porque ele é quem toca, realiza
Não a quem o busca, mas espera-o
E tudo que nada era, acrescenta...

O fogo se acende prudente
Mas se chove um pouco forte, o apaga
Como os pensamentos de quem formou o teu amor
Porque escolher amar, é iludir

Deixa assim ser/
E o amor acontece

Ser escolhido é ser o amor
Que em meio ao vento, aprende
Supera os anseios e não apaga á fogueira
Junta e recolhe as cinzas

E prepara o altar,
O amor/

O fogo não é o amor
O amor é o fogo
Que não queima, mas aquece
E se mistura as vezes com água.

A Keile F.

15 de dezembro de 2017

"Quê para todo o trabalho do homem, ele precisa das mãos? E as mãos para se moverem a exercitar a vida, necessita do raciocínio e para que funcione os olhos. O corpo inteiro, precisa da alma?"

(in espectro da reflexão)

I N T E R S T E L L A R

I n
N oites
T rovões
E coam
R asgam
S onhos
T ornando-os
E xcelências
L úcidas
L ongínquas
A TUDO
R ealizar.

Estrelas alumiam e dançam
Bailando sobre a  minha cabeça
Sem que eu perceba me ver
E para elas, eu danço
E senão me movo
Sou apenas o pilar que brilha
Meu mundo valsante de ternura
E sou o céu das estrelas a brilhar
A luz do sol da sua lua
Que doutro lado queima o deserto
Invisível de coisas a sonhar
Sou navio que navega rumos desconhecidos
Ilhas inexploráveis e suspiros da vida
E vou migrando as estrelas
Até todas contar
E encontrar a minha,
Que és tu, Vida.

14 de dezembro de 2017

Tu és todas as fontes...

Porque tu és o encanto que transmite toda verdade que habita dentro da  minha alma. Tu és a chave que me faz desvendar todos os mistérios que se distanciam dos meros segredos que a vida deixar chegar e fazem estacionar os passos. Estar aqui em meio a isto é como ser o vento que leva para longe todo e qualquer modo de fazer de um jeito qualquer, também. E eu reparo a flor observando o movimento das águas verdes deste lago do lado de cá, desvendando a ponte que faz com que tua proximidade seja a realidade da minha esperança. A expectativa de que cada árvore ao meu redor pouco a pouco, dia após dia, trocará suas folhagens e suas copas outrora nunca serão as  mesmas. Toda engrenagem que habita lá do lado de fora, são passagens dos ruídos que não podem nos causar danos. É como me sentir numa terra, onde a nobreza não passa de ser o silêncio para tudo perceber como são as cores e os nossos olhos dão forma e cria-se a paisagem... Tu és a tela que realça os ventos, o mais desejado declínio dentro do turbilhão que se acalma no pensar de tua desejada chegada. A tarde cai ao meado do instante, dando-me a sensação de que tudo não passa de nada, porque é da maneira que se recria os olhos, para permitir que seja a alma tênue no mais alto ápice do acontecimento interior. Não são as noites  mais escuras que os nossos pensamentos e  nem os males invisíveis que nos direcionam aos abismos, mas os nossos sentimentos como trilhos permitindo que cada dia seja um vagão, e cada vagão uma bagagem para lembrar que não se ganha pela ilusão de ver, mas se conquista pela força que não temos, mas criamos através dos sonhos...

13 de dezembro de 2017

In absoluto

O repouso do silêncio
Pairava as vozes
Que também
Insinuavam a passagem
Da ponte para os pés
A atravessar as duas eiras
O verde das folhas
Refletiam no lago
Um raso mistério aos olhos
Nada além disso
Senão, o lago e eu
E o verso
Que é o mundo.

E se hoje finalmente,
você desvendar esse mistério...
"Se!

12 de dezembro de 2017

O mundo ao meu redor

Verde-mar, céu azul
E caminho para carregar no peito
O farol a me levar
Para o meu lar

Meu mundo ao meu redor
Que em tudo, acha graça
Havendo que ficar
Na flor a esperança

Não como quero ou ando
Mas como acho graça
Manhã de céu azul
E mergulho no verde-mar

Meu amor, que para tudo é eterno
E ao subir, vislumbro o mundo
E meu coração, terno abrigo
E no meu silêncio

Maior que tudo ao meu redor
Me calo e tudo passa
Nada importa que fizeram
Eu sou a minha história, não o segundo ato.

10 de dezembro de 2017

O mundo é um labirinto sem fim. As ruas darão sempre em outras ruas."

As nuvens não pesam, mas fazem chover ou dá a sombra para todos os viventes. E como tudo o que a terra precisa para dar frutos. Assim não precisamos ter a esperança nas coisas que se vê. Mas nas que se não vêem. Para haver a razão de ser esperança e realizar na paciência."

Quero dizer: As nuvens não pesam e se desfazem. Mas no seu tempo, antes que se desfaça, faz chover ou dá a sombra.

Adornos da alma

Pilares onde o corpo é a tenda da alma
Os olhos o comprimento de todas as medidas
Que de cada pilar faz realizar
E não se esconde a verdade que não fala

Brilha aos olhos que trilha/

Ruínas das ruas por suas vastas larguras
Casas assombradas pelos desejos
Tornando o mundo semelhante aos teus atos
Por dentro se esconde e expõe a estúlticia

Rompe a vida por fora e congela as raízes
Que são arrancadas por cada gesto
E toda palavra mata...
Cria, gerando falsos sentimentos

A ilusão é desfeita/

Diante de toda criatura que se esconde
E o edifício alto ocupa o lugar do sol
As umbrais pesam aos ombros de corpos suspeitos
A vida vai se desfazendo....

Eu sou a semente que também tem mãos
E sabe que vai colher as folhas
E feito nada, recrio a vida e dou sentido
Ao que estava  adormecido

Meus sonhos/.

7 de dezembro de 2017

"Ab aeterno

"Estando contigo, daqui. De onde estou, ou contigo lá em meus pensamentos. É como florescer em todas as estações."

Não são nos meus poemas que te amo
Ou assim tampouco em cada verso
É na razão do meu silêncio
Que de pouco a pouco ganha vida

E não força/

No instante que faz o tudo nada ser
De ver a luz não natural, em que me encontro
Debaixo de qualquer teto ou separado pelos cômodos
Que eu me acho no teu ser

Pondero corriqueiro o insensato
Venerando a ilha distante a descobrir
Sou ar sombrio para os males
Que ao teu sopro os desfazem

Tu és  meu vento, e sou maré
Tu és a vida, eu sou o sonho
Sou eu a ponte, e tu passagem
E juntos somos realidade.

De toda eternidade,
sempre/ ab aeterno.

A Keile F.

6 de dezembro de 2017

Meu velador

Resplandece como luz
E é feito rasto de estrelas
Areia do mar
Não pode contar
E nem rodovias
Podem medir
Quisera meu velador
Conciliar-me a vida
E ser portanto
Nada demais do além
Desse tom amarelo
De todas as calçadas
Outrossim meu velador
Em absoluta solitude
Em que nada falta
Sou o ápice dos sentidos
Que debruçam as muretas
Caminhando as escadarias
Em que escuridão
Nenhuma assombra
Tanto, quanto o nascimento
De quaisqueres e todo ser
Jaz no meu silêncio profundo
De um lirismo em que
Alma minha sente-se.livre
Meu corpo velador
De olhos que são estrelas
E este velho coração
Em que nada se faz tão novo
Quanto eu e meu velador
Ao despertar...

"Discurso

De como desce á tarde
Tornando-a pura e refinada para sentir
Sua suave brisa embalada pelas flores
De um jardim invisível

Sobre os orvalhos do fim da manhã
E completamente o silêncio
Deste soslaio á minha janela
Onde bate o vento/

Os pássaros peregrinam no estreito muro
Que dividem os cômodos
Sou estrangeiro sem bagagem
Cantando para quem nome não tem

Passa por mim a borboleta
E repousa na flor deste quadro
Real, chamado vida!
O sol queima, mas se pode suportar

Sinto como um alqueire para todas as nuvens
Que gentilmente cobrem este mesmo sol
E derradeiro se vai, calmo e sem voz
As formigas ali trabalham com seu peso

E pára-vento
Toca-tudo
Em-nada-fica
A fotografia dos olhos...

À vida.

Refinaria do caos

Os sons das sirenes a alertar o tombar de mais uma vida. Antes contida e cheia de pensamentos, agora só um saco de ossos. O coração que cheio de esperança bate a palpitar se haverá mais um dia a chance de estar de pé entre  destroços. Pedra que cobre a terra, e prédios que ofuscam  a luz do sol. Curvas perigosas estas em que findam pequenas ruas as grandes avenidas, o branco da faixa já manchado pelo óleo feito sangue negro da engrenagem ligeira pelas pontes e rodovias cheias de almas que flutuam sobre homens desalmados e apressados para suas cadeiras que iludem o conforto de seus doce-lares. Pois as outras, são o cansaço das filas que as pernas já velhas e cansadas não podem suportar. Sentam-se as mesas vis de servidão aos erros que não se podem ter emenda e nessa mesa, onde senta os homens a provar do vinho que trás a malícia, a alma distante, deixa além de um corpo uma mente submissa ao resquício de uma faísca qualquer que cai em meio a chuva. A imprudente satisfação dos prazeres transbordante do mercante a castigar lombos deixando o jugo pela sua legalidade. Óh, esse fúnebre olhos atentos ao nada que parece tudo.
"A perfeita ilusão de que o mais importante nos incomoda.  A condução que leva para longe o sentido reverso da realidade."
Se ele ou ela parasse um simples segundo para recolher aquele meado de papéis jogados a calçada, um novo sonho surgiria, a vida agradecida seria e o caos pelas águas correntes da chuva, seria desfeito como todo vento não poderia levar para as entranhas sem saídas. Assim como a morte em sua pressa de passos invisíveis fazendo o homem tropeçar em si mesmo pelos olhos que mesmo abertos não podem sentir as coisas como elas são, mas procuram e querem viver. Refinaria do caos...

5 de dezembro de 2017

Então seguia ao despojo
De refazer a minha história
Cantei cantigas e fui silêncio
Abandonei às cartas e incendiei a capa
Não as que jogam, mas dispenso
Não a que vestem, mas eu detesto

Pois este amor são os meus lados
Sem rimas ou traços de qualquer descaso
Tu é minha iguaria tão  sonhada
E somos a soma de um só sonho
Porque tu és minha fascinante e bela Infanta.

R elâmpejo de altos montes, desfazendo falsas ilhargas
O scilando tempo e a hora, transformando o momento
S uspendendo as estrelas, fazendo mover as constelações
S empre no ato da existência, ilumina meu exalço ser
A bela infanta que tanto amo, produz em mim, terno prazer
N ada me vale senão teu ser, que tudo abate para exercer
E m tudo quanto antes não havia, realizando a reciprocidade de acreditar e fazer acontecer

"Porque pensar não significa nada quanto existir

(Ad solemnitatem)

Leviano e pouco o sentido quando se para a criar um momento irreal. Aquele que dentro de nós, vai criando uma variação de sentimentos, e isso ocorre justo quando estão os olhos abertos. O efeito de ponderar a reflexão de não ter espelho e sentir como pedaços que se partem dentro de cada um de nós. Causando o impedimento da realidade, a que não vivemos ainda, e este rio, chamado ilusão tende-a nos querer derrubar a ponte onde pairamos para contemplar a paisagem de nós. Seja diante das estrelas ou dos altos picos, onde voam as mais belas aves de rapinas. Revenerando o rípio que preenche as rochas grandes, o ritmo do meu coração a bater desfazendo todas as ondas. Sou vitral da alma, que risível torna-me quase intocável, e tenho a sensação de quase não existir. Sou guarda-vento, sonurno a esperar os átrios que tecem a minha história.
É como sou mudo como este canto mudo, numa terra estranha entre mim e o acaso. Onde no mesmo silêncio mortal resplandece o chiar do vento inóspito e mediante às frestas desta casa sem gente para se sentar do meu lado. Sou também o exterior de mim para realizar todas as afeições do meu interior. Desfazendo paradigmas e desvendando os dogmas justo no ato da minha existência, que não sabe ou pode criar sentimentos periféricos, inventando a felicidade. Porque ela não pode satisfazer o silêncio que deseja o corpo, permitindo que a alma solenemente prove e conheça meu coração, fundando meros pensamentos, construindo a engrenagem invisível para que sejam meus passos inteiramente firmes, para que nunca alcance os falsos confins da prodígia realização dos sentidos mortais.

"O que há de mais belo, não é o que os olhos podem ver. Mas sentir a alma, para silenciar os lábios e calar os pensamentos."

4 de dezembro de 2017

O homem cresce, não morre, nem envelhece, aprende e no meio do caminho escolhe ser o vento ou ser levado pelo vento. Os sonhos não morrem, são enterrados, porque não carregamos preocupações quando crianças, e no limiar da vida, alcançamos a responsabilidade de ser o melhor para o mundo, e não o melhor do mundo. Nos desprendemos dos seios que um dia nos amamentou e então, decidimos estacionar ou carimbar o passaporte para a estrada que nos levará a realidade do sonho que ontem tivemos. Seria melhor se a matemática não fosse tão complicada para uns como a história.; para outros! Aprendemos pouco a pouco que a liberdade não está em seguir as definições da vida ou tampouco obter conhecimento estudando muito do passado. Basta-nos lembrar que éramos irracionais e o tempo nos proporcionou entender, que hoje crescemos e que as coisas podem e deve serem como eram antes. Não no sentido de ver, mas acreditar que o que foi antes, será hoje e pode se repetir amanhã. A questão de tudo, é não permitir que a direção do mundo e seus enfeites distorçam o sentido que somente a alma possui. Quero dizer; todas as semanas possuem os mesmos nomes, carregam as mesmas horas. E os meses são sempre 12, além de que não se pode haver alteração nas horas que fazem surgir as manhãs e se findam para as tardes quando depois acontecem as noites. Não sabemos de onde vem o vento e nem para onde vai! Mas sabemos pouco de nós, e detestamos os ruídos de nós. Que sabemos das profundezas do oceano? Ou do parque no centro da cidade?
Ainda que tudo se repita, cada dia nos dá a oportunidade de realizar sem repararmos no que está do lado de fora, ou sobre o que estão dizendo! Melhor questionar os governos que não revelam as verdades tuas porque a ilusão de suas mentiras, enganam e faz roubar seu tempo...
Pois o que contamina o homem, não é o que está do lado de fora
É o que sai de dentro dele.

30 de novembro de 2017

"Todos os tons

São formados pelos teus olhos
Porque neles vejo o caminho
Que devo seguir sem medo
Pois teus passos são luzes

Que me sondam
E nada perde o controle
Lançando toda sorte
Para que nada seja o simples acaso

Mas a certeza de que somos
Juntos todos os tons
Que nos une para florescer
E aquecermo-nos ao longo inverno

Teu ser me inibria
Entorpece para tudo...
O que há e não tem sentido
Senão amar-te!

Para tudo ser e fazer novo
Pois novidade é cada dia
Te buscar e te encontrar
Em meus todos pensamentos.

A Keile F.

28 de novembro de 2017

"O homem guarda dentro de seu subconsciente um desejo insaciável de conflito. Seja para criar uma guerra ou a inveja. O homem foi criado para destruir a si próprio. Não só na criação das suas potentes armas, mas também de seus obscuros sentimentos."

Tenho pensado bastante


No quanto nada pensar apenas me vale alguma coisa
Pois o gesto é o que nos trás o movimento
E então, passamos por tudo sem precisar ser
Ou tampouco pertencer as placas e sinais."

Você é sol que alumia minhas manhãs
Havendo nuvens ou não, você existe
E por isso, quando chove também te sinto
E quando vem a tarde, você está ali
Como flor que rego
Para cada dia perfumar, vida minha
Não flor que para sempre ali está
Mas flor que se dá para todas estações
Erva do meu campo
Nascente do meu rio
Oceano das minhas inspirações

"Amar-te é sentimento titânico."

Tu és colina e sou neblina
Para cobrir-te das alienações da superfície
Sou sonho para teu sono
E mãos para te cuidar
Eu amo a tua alma
Porque em mim, é você
Se me tocassem todas as canções
Não seria tu a única nota
Que me faz tornar o tudo nada
Que me importa, senão te buscar?
Nada importa! E tudo não me cabe
Me cabe dormir tranqüilamente
E te sonhar,
Porque tu é sol que me aquece
Nuvem que em mim, chove rios que transbordam
Tu és a mulher que faz-me tudo realizar
O que ainda não tinha
Em ti, encontro Vida!

A Keile F.

"Confesso que para trilhar a vida em seu mundo é como ingressar ao enredo de todos os males e superstições. E abandonar a existência do corpo, é como entronizar-se no interior de si, o mesmo que não reparar apenas, mas adentrar as profundezas do mar. Não na superfície terrestre, chamada pandemonium."

27 de novembro de 2017

"Não é que o nada não seja alguma coisa que não exista ou não possa ser transformado. Pensando bem; é como a alma e faz sentido."

26 de novembro de 2017

Sempiterno."

Sempiterno

Exalço teu ser para em mim ser resplendor das verdades que carrego. Como sumo despojo criador dessa história de que para sempre existirá. E sem que haja pedacinhos de céu, navego o mar de todas as proximidades. Pois nem altura e nem profundidade pode se comparar ao que sinto por ti. Foi semente de árvore que vi crescer, fizeste fortes os teus ramos, e tua grandeza nada pode alcançar. Tem o domínio de seu frutos e ventos não derribam, porque teus troncos estão sobre raízes da terra. E somente o orvalho do céu sabe e pode regar...

A Keile F.

23 de novembro de 2017

Ora, silêncio sútil e voraz
Que rompe meus ares que respiro
É como regar os campos e florescer
Sou voz que ecoa o silêncio...

De uma noite inteiramente estrelada
Onde o som das aves navegam mares
No eco da realidade invisível
Que aos olhos me fazem imaginar

Sou tua embarcação desenhada
Dentro deste velho coração na existência
Chamada canto de tudo
Mas onde não há nada

Velejando teu corpo em bel prazer
Longe de curvas e estradas pra te achar
Inteiramente pela alma e teu coração
Deito-me no silêncio alto e voraz

Sobre teus seios a descansar
Saudade que me evade, faz cantar
Tão bela poesia que me lembra teu olhar
Amo-te pela existência do teu ser

"Rompido os ares, te respiro...

A Keile F.

22 de novembro de 2017

Tinha os olhos abertos...

Caminhava debaixo da chuva,
E eu era cada gota a cair
Banhando os campos longínquos da minha existência
Tinha os olhos abertos...

Mas sobre a face ainda quente
As gotas fluíam abaixo, como orvalhos
A lavar a folhagem dos mais lindos lírios
Um longo caminho a percorrer

As luzes da cidade alta
Me seguiam passo a passo as eiras das calçadas
O chiar das rodas pelas avenidas molhadas
A vida apressada, o tempo a correr

E despercebido pela febre
A temperatura de um breve delírio
Em que eu fui antes o chão pisado
Refletindo a mesma realidade dos olhos iludidos...

Depois me sentei ali/
E me calei para sentir o aroma do chá

Ainda chovia/
Eu secava o rosto
E os olhos vitrais,
Não estavam embaçados

Eu, bem...
Apenas me calei e não havia sensação nenhuma
Senão da febre que descia, e eu não delirava
Sonhava o reverso dos olhos
Sentia em mim, a Alma.

21 de novembro de 2017

"Não tenho criatividade dentro da minha imaginação para não enganar meus olhos e iludir meu presente. Tenho de fechar os olhos e recriar a mente para não ludibriar o corpo que faz-me enxergar a mim de dentro para fora. Consciente de quê nada permanece para sempre aos olhos. Eu sou o reverso, a matéria prima, fazendo dessa bagunça uma obra de arte."

Ora, é no revés do mundo sobre tudo o que eu não sou que minha vida vai se transformando. E enquanto eu canto se vai movendo a minha alma e não é esperando o movimento dessa planície superficial que piso e caminho que a mim e para mim poderá me ditar juízes e deveres. É crendo que vivo a transformação interior, a realização do meu destino. E no ápice dessa altura aonde sou estrela sem forma e lados, que descobri que não sou castigado pelas malícias que não tenho, pois em mim, elas não existem. Sou esquecido pelo mundo, sou eu teus arredores, vento forte que em tudo toca, em nada fica! Sou repreendido e aprendo a não viver paixões e perigos abissais.
"Eu sou o sentido oculto das palavras, o navio de cabeça para baixo a naufragar bagagens alheia que pesam. E tudo o que emite luz, deve então, suportar o fogo."

Palavras que navegam...

Profundos mares de variações
Tempestades vazias de lábios impensáveis
Fazendo flutuar a dor invisível
Moinhos de ventos
Que a nada respondem!
E suspendem as bandeiras
Direcionando atalhos e percepções
Organizando as ruínas
Desmoronam os outeiros

Sou o solo perfeito
A melodia e notas
Que me tocam e compõe
A ascensão ressuscitada, sentida!

Me perdi, e tudo achei
E nada dali quis levar...

16 de novembro de 2017

Outrossim realizamos

Em nada somos silenciados, mas perturba o vento
O penhor do momento que nos dá a vida
Visto que tudo se parte as águas
Toda campina dá seu mantimento

E aprendemos no mapa, não com o guia
A voz majestosa como ela só
Que toca e paira no ar e ressoa nas águas
Criando novas realidades

Puxando-nos pelas mãos com gentileza
E terna mansidão, mas com a força de um trovão
E num sussurro liberta-nos do medo,
E seguimos para as eternas possibilidades

A vindima de nós para os campos
E sentimos como somos ventos
E de vento e popa...  O tic-tac...
E tudo se realiza quando sonhamos...

Porque acordamos!

14 de novembro de 2017

Chego e apenas me deito...

Em teus seios e conversamos
Quando de nada sabemos lá de fora
Passa por aqui o doce aroma dos lírios
Que se vestem de uma história
Que nos faz dormir na eternidade
E o tom de sua voz é música
Enquanto tudo acontece e passa lá fora
Nosso tempo para e descansamos
Sem a preocupação do amanhã que chega hoje...
A edição desse prefácio colorido
Sem letras que matam o sentido da verdade
E faz-nos ficar a sós
Sem nunca sermos corridos
E na alta madrugada sonhamos distantes
Dos barulhos das máquinas
E dos conselhos dos ventos
Que para lugar nenhum leva
E realizamos na espera
Conquistando o tempo e o espaço
Para todas as coisas que são nossas
Que nos outros, não cabe...
E voamos sobre o mar
Sobre as asas que não pesam uma pena
Realizamos a história de não escrever
Mas viver o que não podem os outros, nos faz sentir
E nos perdemos pelas ruas e avenidas cheias
Para nos achar o silêncio e calmaria
Que andam na contra mão das engrenagens fantasmagóricas...

12 de novembro de 2017

"Porque nada é o que todos têm. Porque nada que tens, tem os outros. E tudo só se ganha quando se sabe esperar."

11 de novembro de 2017

• Feito de riquezas mortas • 

Tríplice sentimento! Amor, honra e fé. •

Inspiração é amar-te,
Porque ao mar me dou sem medo.

Rossane Sales,

Eu e você!
Dançaremos juntos a luz de um lindo luar
Enquanto as estrelas. banham o céu, e o vento toca nossas faces. A canção embalará o eclipse de nossos corpos, e nos casaremos com a bênção de Deus sobre o nosso amor. Que será batizado pela perfeição e o dom supremo de amar.

A Keile F.

9 de novembro de 2017

Porque todas as fontes...

Nos servem de energias
E geram a vida
Seja diante dos olhos
Ou para dentro do corpo

Que para os olhos
Movem os pés e o trânsito
Que para o corpo
Faz existir a alma

Pois que de todo o princípio
Tudo se desfaz e faz em água
Pois a energia do campo
É e são as águas da chuva

E faz alimentar o corpo
Movimentando a alma...
Como profunda engrenagem
O rodopiar do globo terrestre

E as mãos criam
O que a mente imagina
E a vida acontece
Sem mais e nem menos

O tempo

Que nos desperta, faz de nós uma passagem
De ternura para a vida, que é corriqueira
Pois nos deseja também pelas falhas
Nos arrumar, e cumpre-se o destino....

"Quando esqueço-me de lembrar de esquecer....

O destino gentil chega e senta e suavemente fala;
Diz que tudo somos
Que de nada precisamos
E se desfaz os ventos marítimos

A noite se finda, e se faz dia
Tempo de esquecer o sonho vivido
Para realizar o instante
Em que tempo, se faz em meio ao sorriso

Que surge no instante do imperfeito
Que desenha-nos o céu que faz chover
E nada acontece sem que antes tenhamos
Realizado a partida de um tempo, jaz esquecido...

"E lembro-me de lembrar;
Que sou mestre do meu mar quando há sol ou tempestade...

31 de outubro de 2017

30 de outubro de 2017

Tudo é possível se você se dedica.

"De prudente será chamado o acusado.
De lunático será chamado o acusador.
Pois não há vítimas, há fingidos de sentimentos invisíveis. Os seguidores de apontamentos, ficarão perdidos e abandonados, e não haverá quem os ache. Desprezado será o homem mau. E acolhido de todas as dores, o solitário."

Amar-te-ei



Como as mãos do florista a cuidar da mais bela flor de sua estufa
Tocar-te-ei como um instrumentista a ensaiar em sua sala sozinho
Beijar-te-ei como o beija-flor a se embriagar do néctar da flor...
Farei de ti, não o instrumento, mas a canção que alma minha deseja ouvir!

24 de outubro de 2017

O invisível furor

O que habita nessa terra interior?
Onde há fogo e rodas que giram
Inundações inteiras espraiadas as hostes
Fortaleza de trevas que saturam homens

Tormenta e forte tempestade sobre as flores do Líbano
Entrelaçando corpos aos espinhos
Perdidos em jardins de exílio
Coração vil conselheiro da morte

Embarcações perdidas a bússola que nada aponta
A antiga canção entoa ao badalar do sino
Como coordenação de cada batida do coração
Movendo a silhueta invisível furor...

Das altas marés,
Que são brandas, mas lindas
Terríveis e perfeitas, movem
Areias de tempo que nos revelam/

Tuas águas...

22 de outubro de 2017

"Todo diálogo é a porta que se abre para fechar ás janelas abertas de maus ventos."

O relacionamento preparado pelos diálogos e concordância é forte para destruir males e  maldições e construir um forte reino. Sendo dois unidos numa única coroa."

A opinião de outros como conselhos dos outros. Sugere a  miragem de um conflito. Porque ninguém luta as nossas batalhas ou vence as nossas próprias guerras"

//Uma vida a dois...

Dize-me os ventos
O quanto minha alma te ama
E em teus seios posso descansar tranquilo...
Diz-me o meu sonhar quando eu me deito;

Com a tua presença
Me fazem nascer as flores
És a mais formosa de todas
Todas as coisas que existem aos meus olhos

Teus lábios é um fio de escarlate
Teu existir primavera eterna
E tua fronte, mirra
Que me toma todo ser

Aprazível és tua companhia
Única e une todas as delícias
Tua estatura semelhante as nascentes
O cheiro da tua respiração;

Mais desejável vinha/

Às muitas águas do mar
Não podem apagar este amor
Nem os rios afogá-lo
Ele tudo desperta, ele tudo faz nascer!

19 de outubro de 2017

A vida deve ser um hino de vitória

Cada dia uma nova transformação
Ser vencedor não é derrotar o homem
Mas em se perder para se encontrar
E então se deixar vencer, para todo ganho

Que é onde aprende/ na solitude
Pois não são os encontros da vida....
Que marcam as nossas trajetórias
E nos tornam ou  nos fazem grandes

Mas sim, cada algo que abandonamos
Para livres sermos de tudo
Até daquele paraíso que nós criamos/
Mergulhar e jamais submergir

Sonhar e jamais temer a realidade do sonho
Pois chega em nós todas as manhãs
E então, o sol nos dá a chance
De fazer uma escolha ou duas ou todas elas

Fazendo o caminho sobre os rochedos
Abandonando as pegadas osciosas da areia da praia
Que todo e qualquer vento desfaz...
Transborda-me a liberdade e sou completo

Porque se existe um corpo por fora
Há de existir uma âncora,
De onde estou, para depois eu decidir para onde eu vou
Minha escolha/
Que para tudo/
Se chama ALMA.

17 de outubro de 2017

Caminhava no abismo
E a lua, sempre atenuava-se impetuosa...
A mostrar o caminho...
Retalhos da morte, que geravam vida

Seguindo o caminho oculto
Que em meio a este Leste
Silenciava todos os medos...
Outrora, frio e griz nesta calçada

Cada meado de vento
Cada noite desperto
Enquanto as sombras se perdiam...
Eu fui jardim secreto, intocável

Sem flores e terra
Sem tons e músicas ou cores
Fui da matilha dos lobos, cuidado pelo invisível
Nada fui, senão a a fresta da porta

Com uma palavra...

Hoje sou apenas a entrada
Deste jardim, que floresce nas noites
E descansa pela luz do dia...
Sonho enquanto vivo...
E tudo realizo dormindo...

Eu sou  as variações do mar...

"Eu sou um pintor, fazendo dessa bagunça uma obra de arte. Eu não admiro nada! Eu sou a matéria prima do mundo."

O sol paira sobre as nuvens. E o vento ecoa como um alarme, trazendo á chuva. Enquanto espero o ônibus, vejo as folhas secas e sinto o vento. O ar gracioso junto ao cheiro de terra molhada. Migalhas de terrenos ocupados por metais que estacionados ocupam espaços hábeis. Os pés cruzados balançam, e me percebo impaciente... Mas o vento que passa é tudo o que preciso! Os anúncios, e cada lustre me mostram o movimento da vida. Entro e pago naturalmente a passagem, sento-me em silêncio e sem precisar me revirar, percebo olhares curiosos pela aparência que sinto ter de ser um fantasma. O estômago ainda revirado pelas cores invisíveis da poluição. O tempo e o espaço, a bravura e a prudência...

14 de outubro de 2017

Desossador da morte...

A morte sussurrou em meu ouvido...
Ela espreitava no invisível,
E na passagem do vento, ela tocou minha face
Mórbida e fria...
Fez-me fechar os olhos, eu já estava morto,
Ela queria me fazer viver, ser...
E então me disse;

Desossador da morte és tu, Poeta...

Entrelaçando meu som as pessoas
Não te vejo...
E na tubulação invisível sou eu as caixas
A vida é desenhista, vaga-lume, encanta
Um leve vento a balançar, envio
A tradição que justifica a morte, eu caminho
A te buscar, mas não te enxergo
Teu cheiro é perfume que me afasta...
Caminho a sorrir
Invadindo as luzes, e levanto as taças
Guio cada uma das mãos
E saúdam a mim, a morte, e eu sorrio sem pressa
Transmitindo amanhã o cansaço de mais algum tempo perdido
E a noite inicia mais um novo movimento...
Você, Poeta é;
o olhador de nuvens, sem responsabilidade
Em ser meteorologista!
Então, te tocar, não posso, você;
Desossador da realidade e vivente
Na terra dos mortos...

10 de outubro de 2017

Meus olhos, são convés...

O vento que vem desta maré, traz consigo o gosto do salitre que vem do mesmo ar que respiro. Indica-me a distância entre mim e o mundo que não há. Desvendo as paisagens longínquas e variações passam dentro de mim formando versos que fluem num movimento titânico de todos os meus sentidos. Sinto febre e sinto descer de forma aromática o entrever dos sentidos submersos...
Meu coração é como uma pena na destra mão do escritor. Sou uma vila velha e antiga de uma região inóspita, criada pelo tempo desse mergulho, são linhas imaginárias que pintam a minha realidade. Entre praias desertas, falésias e florestas de todas as margens  do meu universo único. 
Sou estranho, estrangeiro e íntimo de mim que une as cores  como sotaque de coisas visíveis de um mundo despercebido. Eu percebi que as estrelas somem ou se perdem, eu não sei dizer ao certo. Porque na marcha do tempo, foi-me revelado que a luz também em sua glória, faz as coisas visíveis sumirem. A imensidão escura, como a margem de uma vida derradeira se vai, porque a luz penetra, alcança. Tenho prazer em sentar-me aqui sozinho refletir e sentir...  Não basta econder-se debaixo  das pontes as águas, elas escorrem, correm. O que fica parado, rói memórias. Éramos, não somos mais! Se o desejo é de ir fundo, o sentido está em caminhar.
E se eu novamente, voltar a me sentar aqui, a sensação já não será a mesma. Tudo que vai passar, terá sido invisível e sorrateiro. A póstuma margem do rio do meu amanhã...

Eu com ela

Podemos ser as pontes suspensas
O fundo do mar
E toda paisagem pintada
Mulheres de ilhas
Madeira de todos os cais
A borda do barco
Água, talvez...
Com ela, sou o recreio
E todas as crianças a lerem
Sentadas no tapete da sala
Às portas dessa biblioteca
Ela me é todos os pássaros
Senta ali fora a me vigiar
Somos um vôo ao vento íngreme
A menina deitada ao chão...
Apinhando  tons que inspiram
Lembra-me ela a sua emoção
De estar e não pertencer...
O destino,
Defronte tinge
Somos a soma do prumo
Depois seremos á chuva
E as escadarias do bairro
Que vamos andar
Sou a fresta
Ela á porta
Juntos, eu e ela
Somos uma viagem
… Sem fim

9 de outubro de 2017

A minha alma, ressuscita

Tão baixa nuvem desce
Cobrindo os olhos da realidade
E há um suspense interno
Vazio e inóspito em sua profundidade

Os papéis sobre a mesa, a ventania lá fora
A morte caminhava na minha varanda
Imóvel sentimento evadido pelo silêncio
Sepulcral estação, passageira minha e invisível

O frear repentino a despertar o asfalto
E eu acordo, a âncora da minha alma...
Perdida a abandonar-me na minha razão
Havia cessado uma guerra atroz

Há uma falta, mas nasce o poente
Daqueles negros olhos quietos
Agora sou uma tela, quase irreal
Que no mundo dos vivos, declina

A existência de uma mera coisa
Que morta, faz nascer a minha vida
A minha alma, me acha, pois estive perdido
Feito de riquezas mortas...

7 de outubro de 2017

A tarde fria e inóspita surgiu num deslumbre de lucidez, fazia-me nascer. Tranquilo enquanto eu podia ir tomando posse de mim. Toda influência alheia dos outros e de todas as coisas, haviam partido de mim. Eu ao sentir que podia ter o domínio sobre os desejos, me senti superior ao palhaço que faz sorrir, mas que por diversas vezes, é triste e sua expressão não passa de um silêncio que se veste de máscara a disfarçar. Os outros era tanto a impressão do que eu pensava antes, que reentrei de vez dentro de mim. A vida, havia a princípio me dado uma missão, que era de partir e não pertencer a nada. E depois voltar a esta viagem de encontro a mim. Eu sempre fui uma flutuação, e mesmo que houvesse ar e vento, a minha própria inteligência não me permitia os pés no chão. Porque a vida, manifestava a regurgitação e repugnância. Meu espírito racionalista, não era nada liberal e nem nacionalista.

Eram muitos, e não eram nada!

Eu sem perceber dirigia as aparências de todos os acasos, transformando. fazendo de toda e cada fatalidade, notícia para não ouvir. E eu me libertava de todas as  minhas próprias sensações. Eu ao estudar, notei que naquilo havia uma voz amiga, contrária das malícias e predições. Eu era uma página simples, uma obra inacabada no dia do meu nascimento. Sucedeu que nessa ocasião a parte, nada veio a repetir, e a transição frequente daquela flutuação, representava a minha primeira tentativa antiga em libertar-se de mim mesmo. Eu me tornei uma linguagem comum, compreendendo minha própria sensibilidade. E hoje eu sei quem eu sou, e todos os sonhos que me restam, são trechos do meu destino.

Eu

Sou inspirado pela filosofia, não tenho faculdades poéticas das palavras e dos sentidos todos pelas matérias. Eu gosto de admirar a beleza de cada coisa que é póstuma. Eu tenho a sensação de sempre descortinar  o imperceptível e invisionável. A alma que é o sentido da vida, poética de um corpo leigo de seus prazeres absurdos. O universo é uma terra morta, de eras passadas. Em tudo há poesia e filosofia, porque há poetas que falam das paixões e outros de suas tristezas mais profundas. Alguns metem os romances pelos caixotes sem amarras e dizem que a vida é sinônimo de dor e sofrimento. Eu gosto da margem do rio, do mar, porque ninguém pode negar que é meu! Eu acho evidente que o lugar que venho a me sentar num instante qualquer, naquele momento ele pertence a mim. A trepidação das engrenagens que movem o mundo atravessam como um bisturi a pele, causando a hemorragia que vasa a alma.  Eu acho ridículo ter de me tornar um operário para fazer funcionar o carro que poderia eu dirigir. E por toda a vida, mover as mãos e direcionar um volante, que mesmo quê não perca o controle, é condição do acidente do outro. Tenho esse sentido interno como uma porta que existe para mim, no significado raríssimo da alma que conhece as coisas. Quando o dia amanhece, eu sinto-me belo, porque a beleza das coisas, está no reverso dos olhos. No interior destituído na criação de cada coisa que tem cor. Para mim, não são as mulheres seres celestiais, nem tampouco a companhia de um deleite de sentir e tocar. Olho para os retratos, e é como olhar alguém que passa por mim. Não há recordação, mas a evidência de que tudo passou, como passa. E isso é celestial, não apoderar-se de si pelos desejos. O resultado de tudo que penso, é um horror, um medo demasiado e pouco intelecto. Muitas das vezes meus escritos como projetos não foram concluídos,  porque a vida tem-de-a nos ser passiva, e exterior criamos a imagem de que tudo está no limite. Eu mesmo que nunca tenha pintado um quadro, posso pintar. Porque não posso dominar os outros e me tornar dependente, porque eu quero a transformações das coisas exteriormente!

5 de outubro de 2017

Amar...

Amar,

É sujeitar-se ao abandono dos pensamentos.
Porque pensar engana, e amar está além de presumir
O amor é o libertar de sentimentos antigos
De coisas vividas antes...
Amar, ah amar...
É não dar as mãos, para que as quatros possam colher
É não desconfiar, porque está tudo certo...
Amar é a condição de aceitar que não
Mas juntos são e tudo transformam
Amar, é não jurar e nem prometer
É descobrir que nossos defeitos podem se ajeitar
Porque vale a pena mudar para que o outro possa se achegar...
Amar é o terno respeito de si para o outro...
Amar, não é querer simplesmente urros de prazer
Amar é a perfeita descrição que nos dá a vida...
Não é um pedacinho de céu que se desfaz
É mar bravio que não faz ter segredos
E com as mãos livres, juntos
Seguram todas as ondas...
E na tempestades, se banham a Amar...
Com o meu amor...
Ao mar me dou sem medo...

A Keile F.

A lua...


A Lua é a mais nobre evidência de que as coisas naturais são as mais belas. E que não há ondas, sem que ela exista. Mesmo apagada... A lua, é vidente, porque fala que sem luz não há sombras. E que o dia está porvir!

O meu amor,
É pela mulher virtuosa que tu és...

(Keile Fonseca)

(Alefe a tu, que muito excede o valor de todos nos rubis
E bete á este amor meu por ti;
Pois meu coração está tão confiado, e jamais necessitará do despojo.)

Faz-me somente o bem, por todos os dias
E não há mau desde os dias de tua chegada
Busca-se a lã e linho para nos vestir
E como navio mercante, nos traz de longe o pão
Levanta-se, mesmo à noite para dar tarefas as tuas servas
Que são teus pensamentos, e distribui alegria
Planta a vinha, com as suas delicadas mãos
Teus ombros são fortes e força há nos teus braços
Provas e vês que bom é o teu amor
E a sua luz,
Não se apaga nem de noite
Ao fuso, estende as mãos
Tu para mim é coberta que me aquece
Sua casa, se veste de roupa dobrada
Sou teu marido,
Quando se abrem as portas
Força e glória, se veste este amor
Sabedoria nos lábios  e a língua se regozija de beneficiência
Bem-aventurado este amor, de não haver preguiça
Louvada seja você,
Mulher que teme ao Senhor
Por isso te louvo com meu canto.

Perante meu olhar,
Meus ouvidos se inclinam
E as nuvens deslizam
Vagamente acima de mim
Sucumbem os ventos
E param as luzes,
Ruminam os trilhos
E devasta o ruído daquele túnel
Sou o jubilo da vida
E nada de mim, ela tem
Sou o avesso e invisível
Sou lua nova e solenidade
Palácio de menções e formosuras
Carrego a espada á esta coxa
E minhas vestes cheiram óleo de mirra
Não frui daqui perfumes das vitrines
Pois me torno barato em achar...
Achar que tenho ou sou
Porque sentem e se enganam
Meus lábios aloés
E o aconchego do abraço cássia
Ilustre afeição que move
Os muros, e os derruba
Sou canção  de ninar
Entretecido  pelo ouro fino
E meu coração
A pena de um destro escritor...

4 de outubro de 2017

Silêncio...

Observa e para o movimento
Pois se há o movimento, nada vai parar
Pois caminho que segue, não me vê
E se não vejo, é porque não paro

Sentei-me a escrever e ouvir a rádio
Músicas de um cenário antigo
De anos que se quer vivi
Todas as notícias passavam

Parei e sentei-me ali sem o movimento,
E tudo no mundo parou
Eu para tudo que é importante
Sem nada perceber por está superfície, rasa

Não há silêncio na presa do caçador
Nem tampouco lamúrias ao vento da águia
Desbravar oceanos quão bom descobridor
De um paraíso terrestre, chamado novo mundo

Conta uma história fantástica esta terra
Explora a solidão e tudo não fará. muito sentido
Mas há razão na existência
Que deixo de ser, para tudo transformar

3 de outubro de 2017

Hoje eu sou o pó e a cinza dessa estrada.
Amanhã serei eu reduzido a nada por através das  palavras. Palavras são um mundo, e o mundo das palavras, dá sentidos as todas as coisas. Sou um sentimento incondicional. Que não vale por notas ou decifrações elevadas. Sou um quilômetro deste raio aceso, que inspira essa passagem para o anonimato. Nada será levado na minha catacumba.
Mas quando então, desenterrarem a mim, serei para sempre lembrado!
Eu sou a existência do sentir... Sombra deste século, luz do amanhã.

Eu sou um futuro distante e amplamente desconhecido de uma literatura rica em tuas dimensões. A rasura e a deixa de uma expressão inapropriada, sou a criação do presente sem passado, que contará todas as estórias que  a pouco ecoaram. Sou futuro, sou a poesia deste século para o próximo.  Eu sou o lápis, tu meu tinteiro, e o amanhã um simples papel em branco...

2 de outubro de 2017

Eu vi aquelas cores, só  que eu não consigo explicar. Não posso falar. como vejo, mas como sinto. E Era assim, vermelho e era verde e amarelo também, e o laranja brilhava tão cintilante que dentro de mim, parecia que borboletas voavam. Eu não estou falando de amor, de palavras, de fingimento. Era o que meus olhos viam... Aquelas cores, fizeram me lembrar que quando eu era pequenino, eu fazia sons com a boca. E o trânsito não era caótico, hoje tive pensamentos estranhos e a noite me nocauteou com um de seus pesadelos, daqueles que nos faz temer e tremer sem ter vivido. Hoje, sóbrio eu entendo que ser criança é nunca deixar de acreditar na nossa própria inocência. Cometemos um único crime, que é não fazer bem a quem mesmo não merece. Meu coração saltitante, pulsa e impulsiona cada uma dessas palavras. E aquelas cores, por incrível que não pareça, era a fórmula deste pensamento, que desenhado, dissipou todo mal de uma noite que passou. Tenho pensamentos contentes, isso me basta! Eu não sinto como palavras, como o desejo desse corpo que passa e some. Eu falo de não sentir um jugo ou um peso inesgotável... Eu falo da liberdade em não ser igual e cometer o crime em pensar, e não agir. Não! Está errado, não são as coisas, nem as suas placas tectônicas ou sinais vermelhos. São as cores, que nos dão sentido. E eu vejo a alma... Eu tenho uma alma. Que sinta dor meu corpo, mas que eu não aflija e toque ela, que me mantém de pé, em cima dos destroços!

1 de outubro de 2017

"As palavras são combustíveis dos sentimentos. A água que escorre o corpo a lavar. São mesmo os ribeiros que nos libertam e se vão. Todas as palavras que saem de nossos lábios, não voltam vazias...

30 de setembro de 2017

Serenim...

Antiga a locução da poesia misteriosa
Transparente como as gotas da minha chuva
Lírio de uma noite fria e oculta
Fecho os olhos, e se revira o quadro...

Vestuário de tecidos e teias
Que ternamente tecem a minha canção
Obsequiada noite, de estrelas tímidas
Fungível furna, sou inteiro e intocável...

Um instante corriqueiro...
E ouço o badalar do relógio em meu quarto
Um amor, que jaz desenterrado
Faz nesta minha janela, nascer/
A mistificação sem ensaio

A letra, a alma...
A vida, o sonho...

A Keile F.

26 de setembro de 2017

"Levanta-se impetuoso sol...

Longínquo do qual exalta corpos
Quem merece tanto assim?
Senão os céus e mares
Faço-me ilha desconhecida
Que a nada pertence
Escrito nas ruas abandonadas,
Sou majestade diante dos relâmpagos
Um pequeno graveto a fruir as ondas do rio...
Som estridente que açoita moribundos
Flecha limpa dessa aljava
Alvo da minha guerra,
Núcleo do destino que me segue
Pertenço a mim, que sou começo de mim
Meio deste revés esquecido, e fim
Para todos os meus recomeços
A sentinela desta torre alta, intocável
A terra vil, desprezível e pisada...
Mas sou vento que sobe e d'onde venho, não sei!
Sou minha casa, grande, mas muito grande
E não sei viver nesses três cômodos,
Sou a chave, de todos os outros
Eu sou do tamanho que eu me vejo...
Não que dizem, breves ruídos que morrem
Sou quem resplandece a glória
Que recebo para saudar a vida, os outeiros
Não as coisas da altura que me vêem

25 de setembro de 2017

"Ao rei pertence todas as ilhas conhecidas. Pois assim, elas estão no mapa. E tudo que vela no oculto, pode nos pertencer!
Que ilha é você?

24 de setembro de 2017

Inescrutável farol,

Tão longínquo como d'onde vem as marés
Fiz de ti fascículo, obra minha
Pois tu és fonte, água doce
Que me inspira e banha sem tocar...

Amo-te, porque contigo sou inteiro
Jamais me negue tua chegada
E não partas de mim,
Pois sem ti, metade de mim, não existe."

A Keile F.

21 de setembro de 2017

Inspira-me olhos negros e fechados
Tão inocente a sonhar, quase imóvel
Busco o que ele pode estar a sonhar...
Absoluto e intocável pelos males

Busco profundamente o que ele pode estar a sonhar...
E tudo se desfaz e dentro de mim, se refaz...
Recomeça!

Será o reflexo vivo de mim?
Que de adormecer , faz-se tal eterna-mente criativa a sonhar...
O mais belo refúgio da reprodução inconsciente
Pois essa realidade mutável, não é nada sem os ventos
Ela é tudo isso e muito mais...

(E dormia o menino,

19 de setembro de 2017

A arte

Que se  mistura a minha frustração
Inova-me a cada dia, não tenho medo de quem eu sou
Pois vivo e sou a mesma arte que mínima faz crescer
Não sou o invento, sou a minha própria criação
Não invejo o sol nem a lua, pois meu e minha é, pois existe
E eu também existo, sou eu profundo e raso mortal
Sou a obra completa, por todas as sensações que sinto, não crio
Tudo passa, porque não sonho, deliro a realidade

"Não sou o invento, sou a minha própria criação".

18 de setembro de 2017

"Toda lição patrocinada, tem-de-a padronizar igualdade comportamental. Dessa forma, torna-se impossível criar uma sociedade desenvolvida disposta ao crescimento evolutivo. Estaciona-se o tempo as exigências!

17 de setembro de 2017

Agora me sento a ler um livro!
Posso sentir e ouvir passar o vento...
Sobre mim, caem as folhas e ouço o canto dos pássaros...
O ar suspenso dá-me o mistério da vida, revelando-se no silêncio do invisível...

Eu sou a hora, o instante...
A descida do rio que vai para o mar

Sou o segredo revelado que me faz, simplesmente existir e a nada pertencer.

"Porque descobrimos que não há razão para ver apenas a superfície. Pois além de toda paisagem aparente, há muito mais do que se pode ver e tocar. Pois faz sentido a chuva que se esconde por entre nuvens que se desfazem, mas são comportas da necessidade da natureza. Pois somos uma porta, e só descobre quem bate, e não abre simplesmente...

16 de setembro de 2017

Pela graça de tudo...

Que existe e formam os campos
De terras de origem distantes
Desconhecidas também como somos
Para nós, pois nunca de nada sabemos...

Quando e de onde vem o vento
E então nos deitamos a sonhar
Enquanto dorme o corpo e vive o inconsciente
Que de nós, tudo toma

E de olhos fechados formam os versos
Pois  dorme a canção que sonha
O infinito que pela graça de tudo
Faz existir...

Tudo que há pela simples luz
Que reflete/
Pois todo corpo, como os olhos
São janela e recepção da alma.

Pois me ouvem as ilhas...

Pois me ouvem as ilhas...

Mencionam os céus, as entranhas
Dos montes e fontes
Flecha limpa que se oculta na aljava
E toda extremidade declina

Ao som da voz
Que pressurosa
Faz os ventos confundirem
E desmonta as estradas

Levanta os olhos
E reinam as estrelas
E nos mostram o caminho
E nos guiará a nossa herdade.

12 de setembro de 2017

A tua ausência


Aflige-me como a solidão, e faz-me andar.
Não dá-me a falta sia, pois sei que distante existe.
A mulher que faz-me inspirar o caminho que devo seguir, e vou.
A tua ausência é a mesma ponte que me leva para o átrio de toda minha realização.

Keile F.

11 de setembro de 2017

"Assim, um lugar tão pequeno, mas como um forte. Pode espelhar e lhes contar a história mais grande."

10 de setembro de 2017

Meu jardim secreto

Jardim de flores
Que rompe as dores
De rochedos altos
E me tiram deste chão

Jardim de rios que correm
Por debaixo das pontes
Nunca sendo as mesmas, águas
E das fontes, jorram

Jardim de ribanceiras
E verde gramado para se deitar
Chove no seu tempo
E há sol para aquecer

Jardim secreto...
Que leva e esconde minha alma
E torna tudo tão vazio
Para de "nada" eu desistir

E em "tudo" muito crer
Pois sou jardim secreto
Da minha antiga alma esquadrinhada
Que o infinito, guarda!

No lumiar da vida

Percebemos e já é tarde
Porque de-repente, perde-se a manhã
E pensamos como se faz e chega a noite
E dormimos no findar do sul exterior

E descansa o Norte interior
A alma/
Na sala do trono
Me leva...

Faz do deserto
Grande lagoa
E terra seca
Em fontes

Me leva
A sala do trono...
E todos os príncipes
São desprezados, e muda os tempos

E no limiar da vida
Bebemos a água antes de sentir sede.

9 de setembro de 2017

Todas as flores fenecem....

Pois chega como todas as estações
E partem os vagões sobre trilhos
E vemos como existem tantas ás alturas
E nelas se quer podemos voar...

Neste jardim todas as flores fenecem...
E além do além, brilham
O tempo inteiro aflito passa por nós
Deixando tuas melodias e poesias, descansar

"E levantamos, pois longo é o nosso caminho

O alvor do Oriente feito os olhos
Que queimam como chamas ardente
Quem dera hoje vir a primavera
Para reinar com seu poder todo inverno

Mas espera, porque passa e há de vir
Da forma que o vento quer, e se quer sei eu
D'onde vem louvor em graça aos mares?
De Leste a Oeste faz-me todo um ser secreto

De entremez enterra o mundo;
Pois profundidade se sente no amor
São meus e para mim os ventos e chuvas
E toda majestade do sol e da lua, te dou.

8 de setembro de 2017

O trem lá do outro lado apita, num estado alarmante, onde faz cessar o canto dos mais raros e lindos pássaros. Sentado aqui em silêncio, sinto o mover dos vagões que vem de longe, das colinas portuárias. Fecho os olhos e sou o movimento dos trilhos pesados que sonha em ser livre. Lá do outro lado, o lago mudo. E aqui. quando venta, faz a terra vermelha subir e rodopiar as folhagens. Sou o encanto do canto do pássaro, que volta a cantar, pois toda embarcação e bagagem sempre encontram teu lugar. Procuremos nos calar para ouvir, entender não faz preciso que permitimos que aconteça!

Fragmentos

7 de setembro de 2017

Sei que há minas...

Onde se extrai prata e o ouro fino
E diante da pedra se funde com o metal
Pondo fim a extremidade, esquadrinhando as utopias
Diante das cavernas dos pensamentos

Entre sua escuridão e as sombras da morte/

O ribeiro transborda, nada sabe quem habita ali
E ninguém sabe, quem ali habita
Então se esgotam as águas, e os homens partem
Da terra que antes. abandonou, agora desolada

A ave rapina, ignora a safira e o pó do ouro
Por isso, voa além do alcance das mãos
Tudo que há, faz nascer pelos rochedos
Rios e caminhos ocultos, que só vê a criança

Quando tudo faz imaginar/

Moinhos de vento, fulmegando acima dos trilhos
Encoberta ilha dos viventes, que não se troca
Pelos cristais ou rubis
E nem topázios ou diamantes, se igualam aos relâmpagos

Leis para as chuvas, e caminhos para o relâmpago dos trovões
Peso dos ventos e medida as águas
Se estende o caminho, e descubro o lugar
Pois nem pérolas, pode nos dar valor

E o homem perde teu próprio valor, dando a tudo que vem do abismo/

6 de setembro de 2017

"Surge e parte, como todo sonho
Aqui dentro o que então faz realizar.
E faz com que tudo lá fora, se quer exista
Eu sou a soma das minhas sobras
Sou a arte de nada ser
E tudo perceber que além de mim
Quem inconfundivelmente respira
É a minha alma
E nem palácios e nem desertos...
Me sustém, mas o invisível, intocável
Porque o amanhã não vejo, mas vivo o agora!

5 de setembro de 2017

Dias difíceis, em dias de vitória.
Dias de adversidades, em dias de júbilo...

No pavilhão que me escondo, ouço o recado
E sou eu a mensagem, de dias cinzas/

Noites sombrias, em noites sonhadas
Noites escuras, em noites que se rendem ao dia

Com a altura de uma  montanha, e a profundidade do oceano
Torno-me dia e noite, pois sou tarde entre tudo

Sol que alumia os campos, lua que brilha no alto mar
Fogo que consome a palha, e nascente da represa

Dias passados, em dias que não voltam
Dias que foram, e me trazem redenção,

Pois do amanhã nada sei,
Senão da liberdade, que tenho
Para contemplar a alma
Que canta em mim, e saúda as estações.

4 de setembro de 2017

Se tudo me fosse

Se tudo me fosse chuva
Os campos regaria, todos
Para todas as flores te dar
E te vestiria de linho fino e lírios

Se tudo me fosse sol
Aqueceria a relva para fazer nascer
Aos olhos todas as nascentes
E as fontes da vida, todas te daria

Se tudo me fossem notas
Teu silêncio mais belas composições, me inspiraria
E cada dia ao teu lado, mais perfeita melodia
E teus modos e manias, você, maniqueísta minha

Se tudo me fosse ilha
Tuas águas eu seria, pois tu é a minha fonte
Que me faz nascer como estrela
Que vaga além do infinito, indefinido

Para te buscar/

Se tudo me fosse sonho
Contigo sonharia, para na realidade, criar
A terna razão em desejar-te, como este sonho
Que busco achar sempre e realizar

E se tudo me fosse distante...

Eu seria caminho
Para te encontrar
E nunca deixar se perder
E senão me fosse assim...

Te amar não existiria...

Como as flores do campo florescem e se vestem os lírios...
Formoso lugar onde te encontro, e me deito no teu peito.
Não há nada que impeça de fazer surgir, teu sonho.
Porque não há nada que possa calar tua voz.
O vento vem, chega, e em tudo toca. E em nada fica!
Ponte que percorre os rios, como divisor das águas límpidas.
Componho para dizer que te amo. E que nem as flores do campo e nem os lírios.
São mais belos que teus sonhos e olhar.
Que não há graça em mim, sem tu!
Pois tu é meu infinito balé estelar...

3 de setembro de 2017

Como as flores do campo florescem e se vestem os lírios...
Formoso lugar onde te encontro, e me deito no teu peito.
Não há nada que impeça de fazer surgir, teu sonho.
Porque não há nada que possa calar tua voz.
O vento vem, chega, e em tudo toca. E em nada fica!
Ponte que percorre os rios, como divisor das águas límpidas.
Componho para dizer que te amo. E que nem as flores do campo e nem os lírios.
São mais belos que teus sonhos e olhar.
Que não há graça em mim, sem tu!
Pois tu é meu infinito balé estelar...

2 de setembro de 2017

As bruxas alto cantaram
Toda assombração, quis rebentar
Tangia fantasmas as paredes
E o demônio espreitava as janelas

Junto ao vento,
Todos os vidros se quebraram
E as velas se apagaram
Silenciou o sino da aldeia velha,

Cantiga de um homem que nasce
E assim como alguém morre
Faz-se flor brotar e dar também o fruto
Toda árvore que foi semente antes

E foi no silêncio que me deitei
E senti medo, mas havia calma
No interior, exteriormente o frio
No silêncio, todo abismo se abriu

E carregou consigo as dores,
As falsas declarações,
E nada mais há , senão silêncio
Capaz de parar o mundo e mover as águas...

O hialino dos meus olhos

É natalício e faz-te paisagem do meu ser
Giram as flores e caem teus espinhos
Naufragando a solidão em casa
Para descansar, buscando o sentido

Do qual nos pede a vida, para entender
Sem revelar o mistério oculto
Pois não há de existir segredos, se penso
A imensidão deste horizonte, junto ao oceano

E se misturam as ondas, lançando medos
Que querem pensar, fluir e serem
Mas sou teu cobertor de lã, fogo
Que consome teu maldito pesar que pensa

Tua segunda pele, pra lá do resto
Que vem e não fica, dissipo
Pois quando tu vens, te faço letra e ciência oculta
De um poema que sonhava, antigo

Sem tu, sou sempre semi, o incompleto
Sou hialino e canção solstícia
Soma das estações, e conjunto do pensamento
Que transformado, eterniza o sentido do silêncio em amar..

31 de agosto de 2017

Nenhum homem me comanda, nenhum opinião pode formar e criar em mim pensamentos. E tudo quanto incomoda, tenho aprendido a aceitar para eu mesmo transformar. Não posso realizar na instância de haver alguma coisa já. O mundo é impostor, as pessoas cada uma, uma letra... Juntas todas, criam a estória. Sou um acento, que esquecido na letra, forma o verso, faz nascer a frase. Eu sou o título da minha história.

30 de agosto de 2017

Sou rio, a fonte destas ondas que descem voraz ladeira abaixo, formando riachos e cachoeiras. Sou água que corre e pelas grutas escorre, formando brandas rochas. Sou sempre a água que corre debaixo desta ponte e passagem, mas nunca a mesma água!

29 de agosto de 2017

Em meu barco, velejo sem direção. E em meio ao mar que busco uma ilha, há tempestades e luzes fluorescentes que candeia meus olhos. E um farol velho e abandonado! Triste mundo em que o homem o deixa a deriva das canções que adormecem nossos sonhos. Outrora, caminhei terra firme e nada havia senão poeira e sangue. Agora nasce a lua, e surgem as estrelas, eu saúdo a primavera que me chega, noto suas flores, e desembarco aqui, nesta ilha solitária, chamado pensamento. Sou a janela que se fechou no alto daquela aldeia, onde toda gente se senta para falar e ouvir. Não as canções e nem as cantigas e nem estórias que poderiam ecoar a mudança daquele campo sem flores. Há solidão mesmo com tanta gente que pisa e corre sem saber o que é caminhar com os pés descalços. Sento aqui, sozinho neste cais molho a ponta dos pés e vejo as embarcações. Que partem para fins longínquos, sempre a confundir o plano secreto dos homens em suas câmaras secretas. Segredo que via, e se quer contei, hoje amo quem me busca para ser ela, essa ilha. Onde me deito a explorar tuas janelas e portas invisíveis, teu sorriso é como essa lua que alumia meu farol, que na partida dos ventos de inverno, traz vida, faz florescer a relva. Tão formosa luz, reascende farol abandonado, e abandono o barco para me fazer uma onda titânica, tão sua para embalar-me a areia da praia... Suspiro profundo, para me submergir e encontrar a estrela que para mim, se oculta dos homens. Mais preciosa jóia que respira entre os viventes. Tu, minha formosa primavera enluarada...

"Escrevo para mim,

Dói quando quero e não posso
Machuca quando posso, e não faço
Sou indefinido e porque sinto?
Tudo quanto me vem e passa...

Ora, meu coração não pensa
Ele desejaria parar e parar, silenciosamente...
Se vai o inverno, e primavera tão bela
Cai pelos campos que poucos percebem

Quem dera eu fosse o tempo
Para tudo parar, e refazer
Desfazer e criar sem as mãos que cansam
Quero hoje me dar ao mar sem medo

Navegar mares esquecendo as emoções
Relatar meu vazio, silenciar o barulho
Que em torno, faz estremecer o chão que piso
Mas não sinto os pés, e vago ao vento

Sonda a vida a morte
E parte a morte, para dar vida
Como tal gloriosa e florida primavera
Que minha, calma e cintilante

Faz-me ser a sombra do que penso, e passa
Nada há senão a ilusão do que se cria
E de não haver, faz a impressão findar
Rumores e sensações, parte o sol

Se vai a tarde/
E cai noite de estrelas
Sou riacho da tua nascente
E estrada que de versos perdidos,

Faz nascer a poesia/

27 de agosto de 2017

Os ventos desmontam,
Desfazem as folhas
Moinhos refazendo arbustos
Das árvores altas, os fechos
Que entre as luzes todas, alumiam
As copas que cobrem os raios
De todas as minhas estrelas
Que atenuam em secreto
Meus sonhos transformados em segredos
Que trilham caminhos secretos
Em mim, desconhecidos e distantes
Portanto me alegro em sentar-se com a solidão
Ver cada vida que por mim passa
Como a flor e riacho verde
Que tudo espelha diante dos olhos
Que se fecham as noites frias
Que vem com sol e aquece
Todos os trilhos para que caminhe
Como trem a buscar as mãos das estações

25 de agosto de 2017

" A junção do novo com o velho. A mais preciosa e perfeita jóia que o tempo lapidou. A jóia não roubada pelo tempo, e não comprada no obscuro.  A experiência e a vitalidade. Eu e você!

22 de agosto de 2017

Luminares de bdélio

O lirismo das liliáceas, e adormecido
Enquanto caminho sobre o piso deste convés
Frio e gris, enquanto cai a neblina espessa
O banco ancestral Londrino e solitário

Todas as minhas pontes, inclinadas
Apontadas para Nortes intermináveis de frotas invisíveis
Enleio de uma noite sonhada, que enoitece o meu amanhecer
Estacas marítimas, me fazem sentir

A passagem...
Uma porta/
Ornamentos, sereias
E o silêncio. mortal

Ambiente de uma obra imersa
Ferroviários dormentes, embarcam e desembarcam
Caibros e ripas e lambris, cochilam
Angelim naval isolado

Onde chia o vento e ruminam as estrelas
Que dançam no infinito firmamento
A meio fio da janela esbranquiçada
Suscita o sol que dorme profundamente

Sou instrumento, antigo monastério
A estudar a ciência do mundo, enramado
Recordação da lua escondida entre nuvens
Vigamento subterrâneo, conduzido pelos meus interiores.

20 de agosto de 2017

"Há doidos pelos manicômios com tantas certezas e razões. Que não há um que eu não inveje em estar longe do turbilhão da sociedade que age cada vez mais inconsequentemente.

Porque meu corpo é a  sepultura da morte • Então caminho a terra assolada. Porque também a minha mente, são os olhos da minha alma. E ela, mesmo que não reine. Sabe que cada passo é como o desígnio que pelos próprios olhos, são incertos. E exatamente pelo que não se vê e nem planeja. Tudo é certo! Porque nem meu lado esquerdo e nem meu lado direito, me levam para algum lugar, mas há lugar nenhum.     • Então eu crio sem patentear. Sem ponderar, e eu vivo, sonho. E faço da vida, minha infinita novidade.

• E nada há,

Senão tudo quanto pertence
A quem tudo fez e criou
Entre justiça e perdão
Se desfaz tudo quanto existe.

• Tudo se desfaz

Porque nada há que se eleve
Sobre a vida, senão existir apenas
Tudo que somos, é parte da criação
E somos apenas uma das letras, dessa história.
         _____ Que ocultamente vivemos. Sem muito entender!

17 de agosto de 2017

Jamais se poderá mudar o amanhã, estudando o passado. Mas observando o passado, se pode mudar o presente, e possivelmente fazer parte do futuro.

Desnudo-me ao entorpecido silêncio. Recitando cada sentido em mim, para um solo de notas surreais. Sou a tela antiga, que desenha traços do cais já abandonado pela vida. O tempo de folhagens outonais que se quer pôde varrer o vento. Um respirar sutil, que faz sussurrar a suspeita de que em mim cabe todos os sonhos do mundo. O movimento que espia as estradas e faz percorrer trechos inexploráveis, sou o sentimento inenarrável. Que transforma silêncio em existência para tudo o que há. Em torno dessa aldeia, vagueia um fantasma, chamado realidade. Nela, as vestes não são senão corpos, e todo campo habitado, nenúfares que dançam e naufragam as paixões. Sou a nau, que faz embarcar ondas puras de anseios pela morte, que faz-me tão vivo. Que existir perde o sentido de que eu seja alguma coisa. Eu sou a minha alma!

16 de agosto de 2017

Ad mortem

Ad mortem,

A vigília noturna de sombras e pesadelos
De portas que deparam minha alma
E finda meu corpo a primeira passagem
E rompe o cordão da realidade...

De olhos fechados, o corpo imóvel
E a sensação suspira em meio a fria noite
As horas declinam e o corpo se aquece
Busca te encontrar, nos escombros

Por detrás dos muros altos
Que as mãos não alcançam,
Mas alma súbita e fantasmagórica salta
E faz-me alcançar longínquo horizonte

Do qual meu ser transforma em nada ser
Uivando os ventos, a súplica do tiquetaquear do relógio a parede fria
Batendo a janela, a vazão da existência, vida, flores e fim

Começando uma nova história,
E passa por mim, a realidade
Por detrás de todas as coisas
Que sonho em realizar, sem tocar

Porque nada vejo sem antes perceber
Que os olhos quando se fecham
Torna-me defunto de sonhos mortais
Pois sou um baú, velho e antigo
Chamado de sonho sem sono, e morto para que viva!

15 de agosto de 2017

Chove...
E cada folha regada, faz-se mórbida e fria. Tua pele gélida, apetece-me num segundo pleno, do qual te formo mais cintilante canção! Ilha de naufrágios e profundidade de mares esquecidos.

14 de agosto de 2017

Suspeito minha quimera e sonho
Ao relógio que não faz tic e nem tac,
Tornando-me a suspeita do meu crime
Deixando suspenso o que verdadeiramente sinto e busco
Nada encontro senão a consciência perdida
A engrenagem do relógio, me investiga
Como único suspeito de mim, reverso
O fogo, a água e um leve tilintar
Como taças que se quebram
Refazendo giros de ventos ao espaço
Século de um mastro perdido
E direções suspensas as cordas
Que se queimam pelas razões
De guerras que confinam fins sem fundamentos
E todo profundo mar ganha força
Muito sabem de nada, e vagam as estações
Como mortais de trilhos fixados
Que tornam a carregar, nada além. disso
E todo oceano ganha vida, sensível onda
Marítima que em mim, faz sentir
Esta passagem, breve, mas titânica
Definhando meu ser, intocável e inconfundível
Me tornando um significado oculto
Entre os muros e sonhos que devastam
Meu íntimo ser que nada é senão uma horda
De notas que pairam e flutuam
A buscar o ninho, como o leito de sua origem
Durmo e sei que me zelam anjos
Invisíveis que pavilham minha alma, e transformam meu existir...

O badalar do relógio,
Que descompassa,
Tornando surreal, o que em mim não faz sentido. Penumbro a noite que cai, e me declino neste corredor, sufocado de sombras. A meia luz da sala, o terno silêncio avançando o constraste dessa imagem nua a parede, de uma tela antiga e empoeirada. O mundo em caos, e me deito a relva dos pensamentos, contraindo o corpo ao tapete despejado ao chão frio, que mesmo assim, aquece-me. Ora, que bate a janela. Senão o vento inquieto... Tudo se esvai e então desce brisa noturna, mortífera. Entre a silhueta do que em mim se faz distante, mas traz-me o vento, a sensação de que há muito mais do que posso ver ou sentir.
E danço no topo dessa montanha sombria. Vejo o mundo em declínio, e sou fascínio, loucura... Abro os braços e danço a luz da Lunna. Antiga e intocável, aprecio a flor da noite, chamada síntese da atração, e eu corro para me perder na mata escura, deparando-me a tua imagem no rio, onde me dispo e mergulho tão profundamente que não preciso te tocar para te sentir. Profunda canção de ninar, tocam as folhas e a escuridão se desfaz. Sem me submergir, sou a superfície do teu corpo, e cada curva que vejo como estrada, se faz nota, orquestra dos meus sonhos. Dentro de mim, bate este velho coração, e sou teu ar a respirar e lapso entre a realidade e o desejo.
Uiva o vento, e toda aldeia adormece. Rufa as folhagens, e a lua imaginária cobre o céu sem estrelas, o brilho que há em teu oculto ser, faz-me colher flor noturna que dança entre os alicerces espirituais. Movo o tronco de carvalho e me sento a vislumbrar teu marítimo ser que existe na eira dessa fogueira que acesa aquece meu ser e faz profundo em sentir. Cada meado de suas mãos fervorosas, veneno mortal são teus beijos e perdição teu corpo. Que antes um farol, agora se apaga e deixa-me ao léu deste infinito aeon. Bailando teus finos fios de cabelos, e encontro a ponte que finda este mero sonho. Desperto, e não há sombras, mas a luz que .mostra-me o caminho, deito-me ao teu lado, respirando teu ser que flameja o frio, e me aqueço em te ver. E me atento em não tocar, mas apreciar tão belo sonho de uma princesa que antes fazia-me sonhar, e torna possível a realidade perceptora que interiormente em mim, adormecia.... Chia as copas altas das árvores, e cantam pássaros. noturnos, e durmo quem sabe que sono sem sonho, é viver além das mortalhas das ilusões.

11 de agosto de 2017

Porque eu gosto do que não existe

Porque me ilude tudo que vejo
E sem mesmo ter a razão, chega e passa
Muda e toma meu tempo,
Faz-me tanto pensar, e digo sim

Se eu movesse a ponte ao leste
Certo de que chegaria a todos os Nortes
Sendo eu movimento das águas
Ondas titânicas, prazeres profundos

Farol do sul para limiar o leste
A eira da tempestade, o relâmpago reluzente
Que ilumina vastos e campos mórbidos
Esquecidos pelos nãos que enterram as certezas

Gosto do que não existe,
Porque torno real mi'alma que cintila
Pouco importa o sentido do medo
Pairo entre a parede e a luz do sol

Calmo no meu silêncio
Interiorizando o canto que só, eu ouço!
Disperso, existo além de mim e o que vejo
E então, dou nome ao que não existe

Versos ocultos, linhas que aquecem
Como sol desta manhã, canso de ser
E começo a servir a natureza
Para dar vida ao que está morto.

6 de agosto de 2017

A minha febre de sentir

Diminui a pó os trilhos, os vagões
Que pesam e arruinam as terras, os campos
Derriba as fontes longínquas, corriqueiras
Aproximando-me dos extraordinários

A minha febre de sentir, leva-me
Para andar, ao meu lado oculto
Nem em torno da esquerda,
E se quer o que vê pelas direitas

Afinando essa canção, como quem canta
Mas se faz mudo, quieto e todo silêncio
Para ouvir o entoar dos bicos dos pássaros
Que migram do norte ao sul,

Nem bruxas e nem sol que aquece o corpo
A alma transpira em pensar, medito
Esta distância entre eu e as realidades
Súbito caminhando de mãos dadas

Porque a companhia do outro, me desepersonaliza
Não é egoísmo meu querer ser só
Pois não nasci escravo, e aprendi a amar
O que que em mim, é distante

"E somente realizo
Em perceber
Qual canção
Me compõe."

3 de agosto de 2017

Me deito no silêncio da tarde

E tombo o pensamento a cintilar
A pequena entrada do vento, sem sol
Ao leme tua imagem no teto de estrelas
Fecho os olhos para te buscar e sonho
Com o ribeiro que me banha, o teu corpo
Macio a deslizar a grama, e deita a cabeça
No peito macio que enlaça as batidas
Teu corpo de porcelana, a  minha arte
Sou a cerimônia e teu gesto simbólico
E te visito ao rito dessa tarde em formosa obra
A peça que também reflete, mobilia os meus olhos
O espaço que entre este tempo e espaço
Faz-me calar, tudo sentir
E em nada ficar, feito vento que passa
Lá fora, o vento
Que leva a tarde,
Te fiz bússola a me perder
Sem direção ao léu de estrelas
Tornando tu, formosa minha, constelação.

2 de agosto de 2017

Este velho coração

Que sobe e desce as batidas
As que sentimos sem controlar
Como posso decidir se isso mesmo?
Apenas sinto para saber que vivo

Pois este velho coração pode partir
Quando bem quiser a cumprir teu destino
A qual a vida nos deu
Sem que pudesse ter escolhido

O meu desejo não é escolher é escolher,
É poder fazer realizar meus sonhos
Que fogem sempre da mera realidade
Pois tanto voa como caminha também

Oh velho coração! Que tudo abandonou
E olhando para a frente além dos carvalhos antigos
São os meus baldes, cheios dágua
E se secam, derradeiros para lavar as passagens

1 de agosto de 2017

Terra sombria, são meus pensamentos...
Mórbidas formas, onde o abismo ganha força
E nada ecoa a cintilar a realidade
Este avesso de cores, onde o sol desvanece
Tempo em quê as eiras se perdem,
Todas praias se afogam...
Triunfa o silêncio, que faz-me tudo entender
Inda quieto, póstumo aqui
Sinto como quem ganha, a sensação de partir
De estar expulso da alma
Calar a dor que sinto, e deixar a febre cair
Suspeitando o coração que bate, mas para
E deixa-me pensar que nada sou
Senão exatamente as linhas deste poema
Quee descreve que nada há além deste reflexo vitral, empoeirado e antigo

31 de julho de 2017

Além disso, há um lado superior aos nossos próprios pensamentos! Nada do que vemos, nos torna da forma que pensamos, estou certo de que erro tanto em acreditar no que vejo, como penso. É o que paralisa meu ser, e me despersonaliza, isso porque meu erro é acreditar que exista quem nos entenda. Se eu pudesse desprezar o mundo, seria eu mesmo teu profundo abismo. Levando a todo instante estes malfeitores que prega-nos a vida. É uma atitude nobre querer ser só, e não afligir os outros com nossas terríveis sensações. Eu preferiria ecoar como um uivo noturno a propagar os medos pela selva. Alarmando as almas por entre as copas altas das árvores, eu ecoaria, e logo desapareceria. Se eu pudesse escorrer como as águas desse rio, seguindo noite afora, até pela manhã cair no mar e fazer navegar as mais pesadas e misteriosas embarcações. Sou uma sensação de mim mesmo, que não sabe mentir e nem fingir. O sol que alumia este corredor, é o mesmo que fugiu daquele mundo distante que está apenas do outro lado. Sinto febre, e diminuo a sensação de sentir escrevendo. Sonho confuso è a realidade! Não sei o que sinto quando olho, mas diz a alma, que nada surpreende além do corpo que forma o mundo pelo seu impressionismo de ilusão.

21 de julho de 2017

Há sol nessa manhã,
E me sento generosamente aqui
Sem pensamento, para saudar o olhar
Os raios que aquecem meu corpo
E noto o quanto isso me basta!
Há sol e céu azul
Não há vento e nem frio
As plantas se movem, porque as mudo de canto
E ali inerte, cada uma delas
Como as minhas flores,
Não me basta ver e tocar apenas
Hei de nesse instante regá-las
Como uma criança que faz seu primeiro desenho
Sem medo de errar, faz brotar a vida
Assim escorrem as águas
E me deleito no silêncio de fechar os olhos
Agora que há um leviano vento
Dançam as folhas e leva para longe,
Todo maléfico desassossego!

19 de julho de 2017

O elixir do sonho

Há um som refinado, que vem de dentro
Que abre a porta, e nos faz navegar
Rodamoinhos que aos olhos nos transportam
Para os ramos das aldeias, onde respira a alma
O corpo reinando sobre os medos e temores
E se abrem as janelas e desfazem as têmporas
Vagueando por entre as colinas do inferno
Onde multidões são todos desertos
Tarde fria e sem brilho...
E rodam as nuvens  e se desfazem
Clamando os ventos a tua chegada
E repentinamente sobre as indas e vindas
Me refazendo as malas e deixo-me a embarcar
Navegando e e conduzido pelas estrelas, sem paixões
E sem razões, e não há guerra
E nem corpo  mutilado, sem destino certo
Dormindo o futuro, desenhando o presente
Que divido com ela, morada de meus sonhos
Som das águas tranquilas, afrontando as marés
E ultrapassa as linhas que me dividem
Me torno inteiro em amar-te
Farol absoluto de um inteiro mar
Que não são ilhas e nem abandonos
Vagueio sobre mim de vento e popa
E sobre este vento, direciono as bandeiras
Que são teus olhos e porta e janela
E junto vou ao teu Elixir do sonho de ti
Distante para realizar, o reverso de falar e sentir, e então...
"VIVER."
…A Rossane Sales

18 de julho de 2017

Ahh! Esse barulho ── Ninharias... O barulho do trem passando-se pela última vez. E os ruídos de madeira, casa antiga. As montanhas cobertas por uma massa branca, nuvens pesadas. A chuva se aproximava ── O freio do trem soa como um apito, e para-se. Mesmo de longe a janela entreaberta deixava os urros dos ventos não escapar. Os grilos, vaga lumes sobre o pequeno lago o chacoalhar das copas das árvores. A lareira queimava a lenha em brasa, o olhar que parecia domar as chamas, via-se aquecido. O telefone mudo, e as casas distantes, com luzes de quartos acesas. Se esvai ao longe dos terrenos silêncio sepulcral ── Venta... O telhado por partes percalça acabava por murmurar em sua madeira. Pestanejava as janelas, os vãos as segurava firmes, mas o vento parecia voraz, e tudo querer devorar. Luz-Cristalina, se mostrava ao norte, entre as montanhas, a iluminar... O badalar do relógio ── Tic-tac... O inverno recém-chegado, já se enamorava entre a flora, verde e vasta. Escondia lugares... O sangue pingava no papel, um rufar suave a cada gota que pairava sobre a folha, as cortinas dançavam. A luz de vela, a casa de campo parecia mais um lugar de dar arrepios. Talvez pela sua aparência antiga, velha ─── Se levantou e fechou as janelas, uma pequena dose de conhaque para molhar os lábios e queimar a garganta. Lá fora... A primeira gota da chuva tocará a janela, ali frente a lareira. A aurora negra da noite, a lua mansa descoberta iluminava os campos, e a chuva timidamente caía. As árvores agitadas, deixava escapar algumas folhas, uma fonte e um norte. Alguém estava no porão ── Revirou os olhos, e então vagamente seguia para lá... Mais uma gota caía no papel, era como se fosse as batidas do seu coração a cada passo. Uma maneira de contar os segundos, falava ao girar a maçaneta da porta: ─" Meu coração não bate mais... Eu preciso de outra coisa." Os lobos em sua matina uivaram alto, e seu ouvido pairamente recostou-se a porta, os olhos arregalados. Enquanto pairo o homem alto e robusto travado a entrada daquela porta de carvalho antigo ── Luiza abriu a porta vagamente e ali estava a imagem sonhada, de um amor que antes perambulava a casa vazia. Tudo lá fora era assombro e escombros. Os ventos faziam a casa ranger pelas colunas envelhecidas, tornando as ondas do mar audíveis ao debruçarem as rochas que perambulavam cercados marítimos. Sombras dos pensamentos se desfaziam, a lua em meio as cortinas d'agua, os quadros empoeirados pareciam criar vida. A porta pairou assim que Luiza desprendeu os finos dedos daquela maçaneta que antes gélida, agora parecia aquecida pelo calor de seu corpo, que revivia. O sacolejo sobre a relva, fazendo as flores dançarem e cada arbusto a se desfazerem parecendo abrir caminho. Os relâmpagos trascendiam as altas janelas, trazendo luz na escuridão. O movimento de Igor que antes imóvel, seguia degrau por degrau, enquanto Luiza cuidadosamente tocava parte de seu ombro. Os olhos se encontravam por vezes e não era necessário o despojar das palavras. Placidamente os pássaros noturnos entoavam suas canções de ninar em meio a seus esconderijos, e a ascensão caía vagarosamente perante a melodia causada pelas gotas da garoa, deixando a casa suspensa e oculta, nada se aproximava. Os montes treme luzindo sua claridade diante da majestade da noite. Silenciosamente se desfaziam os ruídos, das entranhas da ferragem velha. As ilhas distantes pareciam estarem ali, como porto para a morte e suas parafernálias. O piano reluzia, e o instrumento de cordas cabia bem aquele homem chamado Igor. O coração de Luiza, já batia novamente desfazendo daquele passado, que agora se deitava aos trilhos molhados  ──  Onde vagões pesados, tudo destruía! Não restava nada, senão o fechar dos olhos, para ouvir o entoar de cada nota, formando bela canção. O pedido que faz a vida para viver, insistindo que não pare! As teias não eram nada mais senão linho macio para se vestir e deitar a beira da lareira ── A chuva cessava e a floresta titânica abria-se feito horizonte, e os orvalhos brilhavam a luz do luar formoso. Tal como a cor dos olhos de Luiza, que suavemente aceitava o pedido que lhes dava a vida, um beijo ardente, onde as mãos não precisavam encontrar o corpo. Aquecidos pelo fogo ──  ... As cortinas se abriram, e não havia mais ruídos, apitava o trem a partir. E os lobos seguiam tuas trilhas (...) Igor, condicionado a liberdade, enfeitou cada cômodo com canção que antes esquecida, agora como. solstício do mais belo e longo inverno ── A vida tomava sua forma, e os pássaros cantavam a chegada do novo amanhecer. Até que Luiza, despertara do sonho. E Igor d'outro lado, buscava encontrar em teu sonho Luiza ──  Era inevitável de que ele não realizasse ela em seu sonho e ela em teu mais puro querer. Tornou-se ela praia e ele cais. O revés da tempestade.

Preciosidade

 "Definimos tudo e qualquer coisa da forma que simplesmente pensamos ser. Mas é necessário compreender que tudo não está sobre o nosso ...