31 de agosto de 2017

Nenhum homem me comanda, nenhum opinião pode formar e criar em mim pensamentos. E tudo quanto incomoda, tenho aprendido a aceitar para eu mesmo transformar. Não posso realizar na instância de haver alguma coisa já. O mundo é impostor, as pessoas cada uma, uma letra... Juntas todas, criam a estória. Sou um acento, que esquecido na letra, forma o verso, faz nascer a frase. Eu sou o título da minha história.

30 de agosto de 2017

Sou rio, a fonte destas ondas que descem voraz ladeira abaixo, formando riachos e cachoeiras. Sou água que corre e pelas grutas escorre, formando brandas rochas. Sou sempre a água que corre debaixo desta ponte e passagem, mas nunca a mesma água!

29 de agosto de 2017

Em meu barco, velejo sem direção. E em meio ao mar que busco uma ilha, há tempestades e luzes fluorescentes que candeia meus olhos. E um farol velho e abandonado! Triste mundo em que o homem o deixa a deriva das canções que adormecem nossos sonhos. Outrora, caminhei terra firme e nada havia senão poeira e sangue. Agora nasce a lua, e surgem as estrelas, eu saúdo a primavera que me chega, noto suas flores, e desembarco aqui, nesta ilha solitária, chamado pensamento. Sou a janela que se fechou no alto daquela aldeia, onde toda gente se senta para falar e ouvir. Não as canções e nem as cantigas e nem estórias que poderiam ecoar a mudança daquele campo sem flores. Há solidão mesmo com tanta gente que pisa e corre sem saber o que é caminhar com os pés descalços. Sento aqui, sozinho neste cais molho a ponta dos pés e vejo as embarcações. Que partem para fins longínquos, sempre a confundir o plano secreto dos homens em suas câmaras secretas. Segredo que via, e se quer contei, hoje amo quem me busca para ser ela, essa ilha. Onde me deito a explorar tuas janelas e portas invisíveis, teu sorriso é como essa lua que alumia meu farol, que na partida dos ventos de inverno, traz vida, faz florescer a relva. Tão formosa luz, reascende farol abandonado, e abandono o barco para me fazer uma onda titânica, tão sua para embalar-me a areia da praia... Suspiro profundo, para me submergir e encontrar a estrela que para mim, se oculta dos homens. Mais preciosa jóia que respira entre os viventes. Tu, minha formosa primavera enluarada...

"Escrevo para mim,

Dói quando quero e não posso
Machuca quando posso, e não faço
Sou indefinido e porque sinto?
Tudo quanto me vem e passa...

Ora, meu coração não pensa
Ele desejaria parar e parar, silenciosamente...
Se vai o inverno, e primavera tão bela
Cai pelos campos que poucos percebem

Quem dera eu fosse o tempo
Para tudo parar, e refazer
Desfazer e criar sem as mãos que cansam
Quero hoje me dar ao mar sem medo

Navegar mares esquecendo as emoções
Relatar meu vazio, silenciar o barulho
Que em torno, faz estremecer o chão que piso
Mas não sinto os pés, e vago ao vento

Sonda a vida a morte
E parte a morte, para dar vida
Como tal gloriosa e florida primavera
Que minha, calma e cintilante

Faz-me ser a sombra do que penso, e passa
Nada há senão a ilusão do que se cria
E de não haver, faz a impressão findar
Rumores e sensações, parte o sol

Se vai a tarde/
E cai noite de estrelas
Sou riacho da tua nascente
E estrada que de versos perdidos,

Faz nascer a poesia/

27 de agosto de 2017

Os ventos desmontam,
Desfazem as folhas
Moinhos refazendo arbustos
Das árvores altas, os fechos
Que entre as luzes todas, alumiam
As copas que cobrem os raios
De todas as minhas estrelas
Que atenuam em secreto
Meus sonhos transformados em segredos
Que trilham caminhos secretos
Em mim, desconhecidos e distantes
Portanto me alegro em sentar-se com a solidão
Ver cada vida que por mim passa
Como a flor e riacho verde
Que tudo espelha diante dos olhos
Que se fecham as noites frias
Que vem com sol e aquece
Todos os trilhos para que caminhe
Como trem a buscar as mãos das estações

25 de agosto de 2017

" A junção do novo com o velho. A mais preciosa e perfeita jóia que o tempo lapidou. A jóia não roubada pelo tempo, e não comprada no obscuro.  A experiência e a vitalidade. Eu e você!

22 de agosto de 2017

Luminares de bdélio

O lirismo das liliáceas, e adormecido
Enquanto caminho sobre o piso deste convés
Frio e gris, enquanto cai a neblina espessa
O banco ancestral Londrino e solitário

Todas as minhas pontes, inclinadas
Apontadas para Nortes intermináveis de frotas invisíveis
Enleio de uma noite sonhada, que enoitece o meu amanhecer
Estacas marítimas, me fazem sentir

A passagem...
Uma porta/
Ornamentos, sereias
E o silêncio. mortal

Ambiente de uma obra imersa
Ferroviários dormentes, embarcam e desembarcam
Caibros e ripas e lambris, cochilam
Angelim naval isolado

Onde chia o vento e ruminam as estrelas
Que dançam no infinito firmamento
A meio fio da janela esbranquiçada
Suscita o sol que dorme profundamente

Sou instrumento, antigo monastério
A estudar a ciência do mundo, enramado
Recordação da lua escondida entre nuvens
Vigamento subterrâneo, conduzido pelos meus interiores.

20 de agosto de 2017

"Há doidos pelos manicômios com tantas certezas e razões. Que não há um que eu não inveje em estar longe do turbilhão da sociedade que age cada vez mais inconsequentemente.

Porque meu corpo é a  sepultura da morte • Então caminho a terra assolada. Porque também a minha mente, são os olhos da minha alma. E ela, mesmo que não reine. Sabe que cada passo é como o desígnio que pelos próprios olhos, são incertos. E exatamente pelo que não se vê e nem planeja. Tudo é certo! Porque nem meu lado esquerdo e nem meu lado direito, me levam para algum lugar, mas há lugar nenhum.     • Então eu crio sem patentear. Sem ponderar, e eu vivo, sonho. E faço da vida, minha infinita novidade.

• E nada há,

Senão tudo quanto pertence
A quem tudo fez e criou
Entre justiça e perdão
Se desfaz tudo quanto existe.

• Tudo se desfaz

Porque nada há que se eleve
Sobre a vida, senão existir apenas
Tudo que somos, é parte da criação
E somos apenas uma das letras, dessa história.
         _____ Que ocultamente vivemos. Sem muito entender!

17 de agosto de 2017

Jamais se poderá mudar o amanhã, estudando o passado. Mas observando o passado, se pode mudar o presente, e possivelmente fazer parte do futuro.

Desnudo-me ao entorpecido silêncio. Recitando cada sentido em mim, para um solo de notas surreais. Sou a tela antiga, que desenha traços do cais já abandonado pela vida. O tempo de folhagens outonais que se quer pôde varrer o vento. Um respirar sutil, que faz sussurrar a suspeita de que em mim cabe todos os sonhos do mundo. O movimento que espia as estradas e faz percorrer trechos inexploráveis, sou o sentimento inenarrável. Que transforma silêncio em existência para tudo o que há. Em torno dessa aldeia, vagueia um fantasma, chamado realidade. Nela, as vestes não são senão corpos, e todo campo habitado, nenúfares que dançam e naufragam as paixões. Sou a nau, que faz embarcar ondas puras de anseios pela morte, que faz-me tão vivo. Que existir perde o sentido de que eu seja alguma coisa. Eu sou a minha alma!

16 de agosto de 2017

Ad mortem

Ad mortem,

A vigília noturna de sombras e pesadelos
De portas que deparam minha alma
E finda meu corpo a primeira passagem
E rompe o cordão da realidade...

De olhos fechados, o corpo imóvel
E a sensação suspira em meio a fria noite
As horas declinam e o corpo se aquece
Busca te encontrar, nos escombros

Por detrás dos muros altos
Que as mãos não alcançam,
Mas alma súbita e fantasmagórica salta
E faz-me alcançar longínquo horizonte

Do qual meu ser transforma em nada ser
Uivando os ventos, a súplica do tiquetaquear do relógio a parede fria
Batendo a janela, a vazão da existência, vida, flores e fim

Começando uma nova história,
E passa por mim, a realidade
Por detrás de todas as coisas
Que sonho em realizar, sem tocar

Porque nada vejo sem antes perceber
Que os olhos quando se fecham
Torna-me defunto de sonhos mortais
Pois sou um baú, velho e antigo
Chamado de sonho sem sono, e morto para que viva!

15 de agosto de 2017

Chove...
E cada folha regada, faz-se mórbida e fria. Tua pele gélida, apetece-me num segundo pleno, do qual te formo mais cintilante canção! Ilha de naufrágios e profundidade de mares esquecidos.

14 de agosto de 2017

Suspeito minha quimera e sonho
Ao relógio que não faz tic e nem tac,
Tornando-me a suspeita do meu crime
Deixando suspenso o que verdadeiramente sinto e busco
Nada encontro senão a consciência perdida
A engrenagem do relógio, me investiga
Como único suspeito de mim, reverso
O fogo, a água e um leve tilintar
Como taças que se quebram
Refazendo giros de ventos ao espaço
Século de um mastro perdido
E direções suspensas as cordas
Que se queimam pelas razões
De guerras que confinam fins sem fundamentos
E todo profundo mar ganha força
Muito sabem de nada, e vagam as estações
Como mortais de trilhos fixados
Que tornam a carregar, nada além. disso
E todo oceano ganha vida, sensível onda
Marítima que em mim, faz sentir
Esta passagem, breve, mas titânica
Definhando meu ser, intocável e inconfundível
Me tornando um significado oculto
Entre os muros e sonhos que devastam
Meu íntimo ser que nada é senão uma horda
De notas que pairam e flutuam
A buscar o ninho, como o leito de sua origem
Durmo e sei que me zelam anjos
Invisíveis que pavilham minha alma, e transformam meu existir...

O badalar do relógio,
Que descompassa,
Tornando surreal, o que em mim não faz sentido. Penumbro a noite que cai, e me declino neste corredor, sufocado de sombras. A meia luz da sala, o terno silêncio avançando o constraste dessa imagem nua a parede, de uma tela antiga e empoeirada. O mundo em caos, e me deito a relva dos pensamentos, contraindo o corpo ao tapete despejado ao chão frio, que mesmo assim, aquece-me. Ora, que bate a janela. Senão o vento inquieto... Tudo se esvai e então desce brisa noturna, mortífera. Entre a silhueta do que em mim se faz distante, mas traz-me o vento, a sensação de que há muito mais do que posso ver ou sentir.
E danço no topo dessa montanha sombria. Vejo o mundo em declínio, e sou fascínio, loucura... Abro os braços e danço a luz da Lunna. Antiga e intocável, aprecio a flor da noite, chamada síntese da atração, e eu corro para me perder na mata escura, deparando-me a tua imagem no rio, onde me dispo e mergulho tão profundamente que não preciso te tocar para te sentir. Profunda canção de ninar, tocam as folhas e a escuridão se desfaz. Sem me submergir, sou a superfície do teu corpo, e cada curva que vejo como estrada, se faz nota, orquestra dos meus sonhos. Dentro de mim, bate este velho coração, e sou teu ar a respirar e lapso entre a realidade e o desejo.
Uiva o vento, e toda aldeia adormece. Rufa as folhagens, e a lua imaginária cobre o céu sem estrelas, o brilho que há em teu oculto ser, faz-me colher flor noturna que dança entre os alicerces espirituais. Movo o tronco de carvalho e me sento a vislumbrar teu marítimo ser que existe na eira dessa fogueira que acesa aquece meu ser e faz profundo em sentir. Cada meado de suas mãos fervorosas, veneno mortal são teus beijos e perdição teu corpo. Que antes um farol, agora se apaga e deixa-me ao léu deste infinito aeon. Bailando teus finos fios de cabelos, e encontro a ponte que finda este mero sonho. Desperto, e não há sombras, mas a luz que .mostra-me o caminho, deito-me ao teu lado, respirando teu ser que flameja o frio, e me aqueço em te ver. E me atento em não tocar, mas apreciar tão belo sonho de uma princesa que antes fazia-me sonhar, e torna possível a realidade perceptora que interiormente em mim, adormecia.... Chia as copas altas das árvores, e cantam pássaros. noturnos, e durmo quem sabe que sono sem sonho, é viver além das mortalhas das ilusões.

11 de agosto de 2017

Porque eu gosto do que não existe

Porque me ilude tudo que vejo
E sem mesmo ter a razão, chega e passa
Muda e toma meu tempo,
Faz-me tanto pensar, e digo sim

Se eu movesse a ponte ao leste
Certo de que chegaria a todos os Nortes
Sendo eu movimento das águas
Ondas titânicas, prazeres profundos

Farol do sul para limiar o leste
A eira da tempestade, o relâmpago reluzente
Que ilumina vastos e campos mórbidos
Esquecidos pelos nãos que enterram as certezas

Gosto do que não existe,
Porque torno real mi'alma que cintila
Pouco importa o sentido do medo
Pairo entre a parede e a luz do sol

Calmo no meu silêncio
Interiorizando o canto que só, eu ouço!
Disperso, existo além de mim e o que vejo
E então, dou nome ao que não existe

Versos ocultos, linhas que aquecem
Como sol desta manhã, canso de ser
E começo a servir a natureza
Para dar vida ao que está morto.

6 de agosto de 2017

A minha febre de sentir

Diminui a pó os trilhos, os vagões
Que pesam e arruinam as terras, os campos
Derriba as fontes longínquas, corriqueiras
Aproximando-me dos extraordinários

A minha febre de sentir, leva-me
Para andar, ao meu lado oculto
Nem em torno da esquerda,
E se quer o que vê pelas direitas

Afinando essa canção, como quem canta
Mas se faz mudo, quieto e todo silêncio
Para ouvir o entoar dos bicos dos pássaros
Que migram do norte ao sul,

Nem bruxas e nem sol que aquece o corpo
A alma transpira em pensar, medito
Esta distância entre eu e as realidades
Súbito caminhando de mãos dadas

Porque a companhia do outro, me desepersonaliza
Não é egoísmo meu querer ser só
Pois não nasci escravo, e aprendi a amar
O que que em mim, é distante

"E somente realizo
Em perceber
Qual canção
Me compõe."

3 de agosto de 2017

Me deito no silêncio da tarde

E tombo o pensamento a cintilar
A pequena entrada do vento, sem sol
Ao leme tua imagem no teto de estrelas
Fecho os olhos para te buscar e sonho
Com o ribeiro que me banha, o teu corpo
Macio a deslizar a grama, e deita a cabeça
No peito macio que enlaça as batidas
Teu corpo de porcelana, a  minha arte
Sou a cerimônia e teu gesto simbólico
E te visito ao rito dessa tarde em formosa obra
A peça que também reflete, mobilia os meus olhos
O espaço que entre este tempo e espaço
Faz-me calar, tudo sentir
E em nada ficar, feito vento que passa
Lá fora, o vento
Que leva a tarde,
Te fiz bússola a me perder
Sem direção ao léu de estrelas
Tornando tu, formosa minha, constelação.

2 de agosto de 2017

Este velho coração

Que sobe e desce as batidas
As que sentimos sem controlar
Como posso decidir se isso mesmo?
Apenas sinto para saber que vivo

Pois este velho coração pode partir
Quando bem quiser a cumprir teu destino
A qual a vida nos deu
Sem que pudesse ter escolhido

O meu desejo não é escolher é escolher,
É poder fazer realizar meus sonhos
Que fogem sempre da mera realidade
Pois tanto voa como caminha também

Oh velho coração! Que tudo abandonou
E olhando para a frente além dos carvalhos antigos
São os meus baldes, cheios dágua
E se secam, derradeiros para lavar as passagens

1 de agosto de 2017

Terra sombria, são meus pensamentos...
Mórbidas formas, onde o abismo ganha força
E nada ecoa a cintilar a realidade
Este avesso de cores, onde o sol desvanece
Tempo em quê as eiras se perdem,
Todas praias se afogam...
Triunfa o silêncio, que faz-me tudo entender
Inda quieto, póstumo aqui
Sinto como quem ganha, a sensação de partir
De estar expulso da alma
Calar a dor que sinto, e deixar a febre cair
Suspeitando o coração que bate, mas para
E deixa-me pensar que nada sou
Senão exatamente as linhas deste poema
Quee descreve que nada há além deste reflexo vitral, empoeirado e antigo

Preciosidade

 "Definimos tudo e qualquer coisa da forma que simplesmente pensamos ser. Mas é necessário compreender que tudo não está sobre o nosso ...