"Ser ruim para uma coisa que não é boa, é bom."

"Associo-me em pensar (profunda-mente)"

Na magreza do corpo

E nos olhos fundos

Na ausência dos prazeres

E na ausência das piadas

Como uma penitência

Banho-me no frio frequente

A jejuar as ilusões da vida

Com horas de silêncio

A apreciar a alta madrugada

Sobre desertos inóspitos

Tenho as unhas limpas

E as mãos calmas por movimentos claros

Meus olhos são vitrais da alma

Numa auto-humilhação sem palavras

De gestos solenes e sinceros

Proclamo assim um poder inabalável.

Eu via como o tempo passava

sem entender e ouvir teu passar

Cada segundo a se ir sem se repetir

Sentidfos parados como efeito do espírito

Um segredo revelado a envelhecer...

Sobre cada hora que revela o tempo

Que se abrevia a cada milésimo sem o ver

Invísivel existência de soberania

Nitida, mas oculta aos olhos mortais

Faz da noite, alva como o dia

E não permite que a lua seduza

Como um colapso deixa de existir

E desaparece no passar das nuvens

Mesmo com o seu caminho desconhecido.

Oculto e permanente que aqui habita

Dei-lhes todas as chaves de mim

Meu coração que só bate e não fala 

Não tem poder para trancar nenhuma porta

Nem permitir que se feche os meus olhos 

Cada cômodo tem significante forma

De certas coisas que eu ainda desconheço

Até que a mente minha se purifique

E me revele o que esta dentro

Dentro de mim como um aposento

Onde não há trancas e nem trevas.

Tudo é breve e passageiro

A alma não é breve e nem passageira

Tampouco fantasia que engana

Tudo passa diante da sua ilusão

Como se um registro que se tem...

Pela imagem que rastela outras imagens

De instantes que partiram como uma nau

De bagagens coloridas e sem formas

Corpos em movimentos e vozes que voam

Sobre o ar frio e invisível

Letras que são desenhos da eterna arte

Que vem da alma e vai muito além

Cada gota tiquetaqueia ao som das flores

Cada som se desfaz no cair das folhas

Cada coisa e todo ser que respira

Morre para que outras possam existir

/Enquanto outras vivem.

Meu espírito está pensando: Preserve o corpo.

A minha mente está pensando: Preserve a alma.

O meu coração não está pensando em nada, mesmo que os meus olhos tudo veja.

Sem discurso e nem palavras, não se ouve a tua voz, mas até os confins do mundo ressoa teu entendimento. E o dia fala disso para a noite que logo declara o dia."

"Não permita que suas perguntas traíam o seu entendimento."

Sim, eu ainda tenho a ciência de que escutar o que se não pode ver, nada pode causar.
Porém, aquilo que se ouve minuciosa-mente nos eleva e liberta-nos de Tudo que não há!

Coragem! Reflita nessa palavra...

Se a prudência requer sanidade para não obter sofrimento e frustração. Amigo! Recomendo que não se justifique pelas tuas palavras, mas espere que digam o que são e quem são eles pelas suas palavras. Não é possível que o homem alcance a glória do que jamais lhes pertencerá.  Pois tudo que existe, existe por uma razão maior e melhor do que se pensa ter. Porque ser, não exige apenas coragem, mas força para tornar o tudo em nada e do nada criar tudo.
Coragem é o oposto do medo; se tu, tudo encara sem medo. Se prepare para sentir o medo diante de tudo que encarou pela simples razão de pensar.  Pois eis uma lei invisível que não falha; não se pode misturar fogo com água, e razão não é certeza de um esperado resultado. É a certeza de apenas alcançar uma vontade e diante dela, o surgimento de inesperados sentimentos. Evocações de tempestades que te riem como na alta madrugada que sempre passa.

A vida é perfeita porque nos revela tudo que há pela sua razão efêmera.  Somos conduzidos por sentimentos e emoções.  Cabe a cada um dar sentido a escuridão que se manifesta sem que a veja, mas sinta. Não é mágica, é querer ser e não precisar ter um motivo aparente como a tristeza que chega e a solidão que assola.

Essa mania de buscar tudo como quem sonha ser aquilo que não é.  Manter um maldito aspecto sobre coisas das quais somem quando não se está mais na presença do outro. Não importa de fato mistificar a verdade para o abuso da imaginação que faz todo corpo sofrer e aliena o sentido do espírito deixando de cumprir um destino que lhes cabe em forma-lo e não permitir que seja uma frequência de rádio que nunca agrada. São como pessoas e gentes de números e mudança das estações que nunca chega para permanecer e agradar. Somos precursores da história, somos quem muda de roupa e nos fazemos por soma de milhares de pensamentos, mas seremos sempre mais do que isso, porque há de caber dentro de cada um de nós apenas o que necessitamos ser interiormente.  Porque exterior-mente nossos olhos que não pensam. Então, deixa o coração parar de pensar e deixa o pensar na cabeça.

"Aprenda a se suportar e aprenderá a desvendar o mundo sem precisar de saber dos segredos dos outros.  Aprenda a se suportar e toda tempestade será muito bonita para depois trazer o teu silêncio."

É sutil, mas é pólvora. É cintilante, mas um pavio aceso. "

"A natureza é ainda a arma mais destrutiva e poderosa de toda existência.  Natural-mente eu não sou um veneno que se injeta, mas que ao observado te envena pelos teus próprios pensamentos a meu respeito. Sua boca testifica o que sabe de si, não dos outros. O que você sabe por terceiros, admita; Você não sabe! Eu tenho medo do silêncio, é quando a natureza vai agir e cessar o canto dos pássaros. "

Estou feito como a manhã de orvalho, desejando mais bela flor para me emaranhar. Repousar em tua planície pequena e descansar até que chegue à noite relvada e fria. Depois vou sair pelo ar leve e invisível para sonhar sem o sono dos viventes. Descer e subir cada curva dessa estrada chamada de você. Quero para mim o espírito dessa frase, para depois te realizar num canto inimaginável onde nada e nem ninguém explorou antes.

Estarrecedor silêncio de uma alta madrugada
Aqui e acolá um alarido fingido
Como um vento que sopra sem direção
Finita provocação que não passsa de lá...
Daquele canto maldito a se esconder
De tudo desconfia sem pressentir
Descompreende e move os olhos sem nada ver
A alma estremece e nada diz ao corpo imóvel
Por detrás das paredes faíscas a acender
Pavis que começam a fumegar
Incendeiam bosques sem arvoredos
E cada som vem se tornando uma canção
Criando um perfeito movimento
Que não se assanha do lugar

"Eu sei que tu quê esconde
Tem medo disso que te digo
Teu sopro baixo vem do alto
De onde eu sou teu abismo."

Não é só vento a silvar e a passar
Nem só a noite escura a girar
Não é só as sombras a dançar
Nem só o gato miar
É muito mais do que se vê
E muito pouco do que se pensa
Há muito além de qualquer passo
E nada há de tão estranho
Então vai lá e tranca às portas
Depois aquiete estas janelas
Deixa o dever de cada coisa
Que o porvir não é uma mágica
E faz de ti um ser inteiro
Carrega assim o teu tinteiro
Deixa sensível tua hora
E seja luz de tua sombra.
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