29 de janeiro de 2020

Alva como a luz da lua

Alva como a luz do luar

Que encanta o céu
Formando ondas titânicas
Que inundam meu todo ser
Faz-me navegar águas misteriosas

Onde me deleito no florir
Das estrelas que alumiam a relva
Pouco interessada nos mortais
E dançam no resplandecente firmamento

Como um perfume de jasmim
Que se dá nos canteiros intocáveis
Alva como a luz da lua
Que me espreita a cada segundo

Como uma visão a se iluminar
E o tempo sempre volta
Como numa antiga viagem planejada
Que se realiza aqui e agora a saltar

Abismos que se desfazem
Como um solstício sempiterno
Toma-me pelos eixos desta engrenagem
E deixa eu ser sem ter

Pois tudo se desfaz a refazer
Na passagem do teu ar leve
Que me torna andarilho
De teus sonhos noturnos.

28 de janeiro de 2020

O badalar da hora 
Que nos faz sentir
Como uma coisa que passa
E passa por alguma razão

Tudo tem seu fim
Para dar início ao novo
Ao improvável que surge
Sem que possamos vê-lo

Isso até o instante que criamos
E permitimos realizar em nós
O que não realizamos nos outros
E nem no que já existe

Pois já existe
E não há porque querer
Porque está pronto
E nos cabe melhor criar

Porque está em nós 
As cordagens que nos levam
As pontes que atravessamos
Para viver somente o que sonhamos ser.
Lá, além-do-além...
Te sinto como um vasto mar
A sonhar com a praia
De onde uma ponte sai de encontro ao rio abaixo
Quem és tu, que me fascina?
Quem és tu, marinheira sem face?
Mas de uma existência tão profunda e real
Que faz-me viajar além daqui
Desmoronam altos montes
E a vida se refaz a cada chegada, tua
És tu sombra para me deitar
Sem devaneio de sentidos...
É como o sempre que chega
E bate a janela da varanda a sentar
A desenhar a visão que se ilumina
És tu minha viagem preferida
Ilha longínqua para sonhar
Estranho mundo para decifrar
E aqui diante do verso
Reverso meu sentido e te encontro num riso
Finito que faz sentir como um beijo
Que se tem ao vento que passa
Que em tudo toca, mas em nada fica.

23 de janeiro de 2020

"As vezes o "nada" não será apenas necessário, mas também decisivo para que tudo não seja reduzido a pó em sua vida. Porque "tudo" não lhes cabe! Onde colocaria tudo?"

Dentro do corpo?

"Os navios indo e vindo...
Formando pensamentos." 

Tudo que se joga contra ou favor do vento. Ele leva para a mesma direção. A questão é para que lado você se vira para se lançar nEle."

21 de janeiro de 2020

"Assim como á chuva e a neve não voltam para o céu. Entendemos que de certo, algo ambas têm a fazer. E compreendemos que regará a sua semente e dará o seu fruto. E também tem a sua reservada destruição. Isso para cada pensamento e palavra distorcida numa ação não racionada. Que antes foi uma semente...
Uma pequena semente para grande ações, invisíveis e incontroláveis. 
E não é isso nada natural!
"Os navios de longe, são os mesmos navios vistos de perto."

20 de janeiro de 2020

"Suportar as próprias experiências de consciência espiritual, é reformular os atos. Suportar as próprias acusações, é extinguir todo e qualquer efeito exterior causado por ruídos."

14 de janeiro de 2020

Ó máquinas mortais que criam outras máquinas. Esse engenho magnífico de pensar e dar vida o que também ocupa a vida. Cansa-nos a passagem da vida pela sua pressa em evoluir e não nos permitir ser e ter o que nos ocupa tempo espaço. Somos rebocadores de tempo, e o mundo move-nos como ondas marítimas gigantescas...
É tarde e penso que ao cair da noite, mais uma vez estaremos a cumprir nosso destino. Aqui ou acolá, deixo este versoo escrito para me recordar da companhia de quem chega e parte como a embarcação que me trás vento e me faz escrever alheio do mundo, porta-bandeira da minha própria alma livre dos segundos evolutivos.

13 de janeiro de 2020

Em febre a sentir a vida como um motor 
E o sentido da vida feito uma natureza
Que se pode formar em tocar com mãos calmas
É da mesma forma que eu toco o seu corpo para desenhar
E cada curva a pintar como um trópico cheio de força 
Teu sorriso taciturno como um fogo 
E no presente instante canto, canto sem passado para ser esse o futuro
Porque o presente é tudo o que se desembrulha e borda
E todas as coisas me são nada, porque passam ligeiras
Há pensamentos dentro das máquinas que são luzes da existência
Nas canções, não há teu florir
Por isso se canto, canto teu olhar num verso
E cada sorriso teu numa terna composição
E o que foram humanos antes, são hoje inertes pensares
Que não nos importam a ser coisa real ou coisa alguma
Átomos são teus pensares para mim
Que me fazem escrever a vida reversa
Febre para o meu cérebro é teu ser inteiro
De pele alva como a neve, faz do inverno fogo
Teu corpo minha correia de transmissão que me embala "eletrica-mente."
E eu ando por estas correias de seu volante
Ciciando em teu ouvido meu complexo interior
Rugindo como uma fera que te caça ferozmente
Ferreando como um vagão a passar sobre seus trilhos metálicos
Dando-me acesso a carícias ao teu corpo para na tua alma chegar
Como a vida deseja alcançar cada estação
E vem subindo nitidamente a sensação plena de se refazer
Recriar todas as maneiras de poder transformar
Eu me sinto completo, inteiro 
Sem ser como uma máquina
E não tê-la também essa máquina
E o que paira sobre nós, vem triunfante e nos almeja
Torno-me óleo da sua engrenagem esbranquiçada
 Calor e carvão longe da flora para aquecer tua essência
Todos os perfumes, desaparecem, deixam de existir para se sentir
Estupenda manifestação azul e negra desta constelação
Insaciável sentimento que cresce e nos faz abordar a vida
Uma dinâmica entre estrelas e céus
Entre o luar e o sol que nos nascem
E no teu silêncio ciciante me movo, pondero
Dentro deste giro como um guindaste cheio de força
Para te edificar alta e intocável

Se tu a mim pertencer

Se tu pertencer a mim...

Até que chegue o fim de meus dias
Te serei campo para semear, vida para te dar
Sem lágrimas para colher, será rio e eu serei leito
Onde poderá se deitar segura e adormecer e sonhar
Ao florescer do teu sorriso, como o apontar da primavera
Que ao cair sobre nossas cabeças, nos acalma
Se chorar, te serei maior para sorrir
Se tu a mim pertencer...
Aborrecerá a noite ao raiar o dia
Te farei carícias para sentir a tua alma sorrir
E teu perdão terei todas as manhãs para te viver
Sem medo das assolações da vida e de seus graves
Porque nem ao adoecer e nem ao se aborrecer te será ruína 
Pois serei tua cura e força
Sem métodos para seguir mapas e teorias para ler
Serei teu farol e tu minha ilha a descobrir
Com todo amor, eu te despertarei para a mesa sentar
Apreciar o silêncio de uma casa cheia de vida
Com perfume de jasmim será teu lençol
E teus beijos serão como frutas que se degusta com prazer 
E teu abraço pé de árvore para se deitar.

8 de janeiro de 2020

Delira-me o sentido em faz-me ver..



Ver o invisível que encanta
Como uma canção que nasce
Em folhas de árvores
Altas e sublimes para subir

Deitar-se ao tronco de estrelas
Que faz descer o céu de mar
Que em olhos escuros
Torna tudo muito claro a sorrir

Faz despencar o abismo
E na embriaguez do sono,  faz sonhar
Para tornar possível a aproximação
Através da ponte que salta o abismo

A manhã caída sobre a noite
Faz viver a alma para depois descansar o corpo...
Sente que a vida passa
Vive, porque tudo passa

E só fica aquilo que se permite./

3 de janeiro de 2020

Tu, marinheira...



Me é uma fonte
Oceano obscuro
De maré motos
E tempestades expressivas

Tu, marinheira 
Me é sonho sono
Ilha inóspita que toca meu pensar
Mas faz alcançar todos os portos

Faz da noite insondável
Tu, marinheira
Faz-me navegar águas profundas
E no além-do-além...

Ver-me os mapas ilegíveis
De uma terra distante
Que há, tu, marinheira!
Faz deitar o corpo, transcender a alma

É noite que se estende fria
E faz da vida, passagem
Tu, marinheira
É um conto sem precisar contar.

2 de janeiro de 2020

Disse eu ao abismo



Que sobre tua face, eu mergulho
Para emergir tua força e conhecimento oculto
Que os mortais temem entender
E o abismo ao precipício, disse:
Tudo que há e se move
Não tem sentido ao ver
Pois tuas cores também dão nome as coisas
E que nós somos o sentido
Daquilo que se não tem sentido.

Preciosidade

 "Definimos tudo e qualquer coisa da forma que simplesmente pensamos ser. Mas é necessário compreender que tudo não está sobre o nosso ...