3 de março de 2020

O artista

Na sua pouca percepção dos outros
Se encontra consigo
E deixa de existir
Para viver além do tempo
É como uma passagem
Para um mundo cheio de portas
Uma casa grande e cheia de cômodos
O poeta é um artista
Que deixa de dançar a música que cantam
E começa a conhecer teus cômodos
Suas janelas...
E aprende a ser só
Sem pertencer ao que sente.
Erros meus, coisas minhas,  fortuita vida, Amor real
Em minha perdição mais vasta se abriu um abismo
Os erros e a mim são tão iguais
Que em mim o amor bastava

Mas a vida exigia sempre mais
E eu não fui além do possível
Independência,  vida e morte como se Severina
Fosse já outro tipo de personagem dentro do comboio

Tudo passei a esquecer e sem passado...
Mas tenho tão presente a dor
A grande dor das coisas e causas que passaram
Que já as frequências da morte me são dadas

A desejos meu de deixar de ser contente
Ou ser alegre,
Sorrir me custava uma fortuna
Que perdi o gosto das comidas

Errei todo o discurso, todo despojar das ambições
Dos meus anos de vida que se foram
Dei causa a que a vida me castigasse
Me tornasse abismo e porta para um outro fim

As minhas mal fundadas esperanças nas coisas
Em vão respirava-me a vida
De Amor não vivi senão pelo amor sem engano
Oh! Quem tanto pudesse me ver, que fartasse minha alma

Este meu duro gênio em persistir em viver.

Preciosidade

 "Definimos tudo e qualquer coisa da forma que simplesmente pensamos ser. Mas é necessário compreender que tudo não está sobre o nosso ...