19 de dezembro de 2019

O olhar como portas do submundo



Canta, óh, morte fria e obscura
Teu eterno e profano canto
Fala de ti aos mortais
Estremecendo a vida dos viventes
Desces oculta-mente sobre os terraços
E invades os templos andantes
Cordel de fogo intocável
Que flamejante acende o corpo
E faz tropeçar o espírito
E alcança e faz deitar a alma
Amarga-mente te chamam de sono
Aflora-se como espinho
Feito uma máquina sem engrenagens
Sem ti, a vida não há
Óh, morte, danças comigo no fogo
E me deixa te seduzir sem medo...
Óh, morte, temida pelos mortais
Chegas sem carta, mas com hora marcada
De ti sou destemido 
E danço no pico do teu abismo
Saltando abissais ciladas
Sou teu mortal inimigo
Pois em mim não tocas
Se a tua hora não chegar.

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