27 de novembro de 2023

Tempo que passa, torna sombria a mente (Percurso poético na prisão, primeira parte)

 Porque o tempo por aqui passa
Rastejando pelos pés que cansam
De caminhar os mesmos caminhos
Estreito lugar, frio e sombrio
Faz da mente uma máquina simulante
De coisas que nem mesmo sei se são
Porque no pensar, há ilusão
No sentido da hora torna escuro
O sentir derradeiro que existe
Torna-me um vasto deserto
Que teima em viver essa engrenagem
que enferrujada persiste em existir
Esqueço-me do que fui, sendo outro
Que antes adormecido nada quer
Senão alcançar a liberdade
Que adiante destes muros, me espera
Mesmo que eu não espere ninguém
Me tornei muitos para mim mesmo
Na quietude da minha alma
Que antes sentia, agora livre de mim
Faz-me navegar águas misteriosas...
Sou plateia de um homem só.

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