E faz-me errar sem perceber
Mas de-repente-mente me vejo
E percebo meu eu escondido
Que depois se revela como é
Calmo e sereno como um leve sono
Prepara-se para seguir um outro caminho
Antes oculto, que agora se revela
No limiar da noite escura
Fez-me dormir dias longos acordado
Fez-me viver noites longas de sono
Atenua-se Agora um novo florescer
Que mesmo no inverno, cresce
Em meio aos espinheiros
Não é mais o que se represa
Pois conhece seu leito de origem
Rasga a terra e corre os campos em suas profundezas
Criando raízes intocáveis
Traz luz ao que estava escondido
Faz da sombra, canto a descansar
Faz da tormenta uma nova coisa ser
Tão bem transformada que existe de dentro para fora
De dentro antes era como um sonho
Que no ápice do querer se inspirar
Tudo torna possível.
25 de novembro de 2023
Revela-me o oculto, o escondido (Percurso poético na prisão, primeira parte)
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