23 de novembro de 2009

      — Minha pele era tão fria quanto o metal que eu vestia. O rosto palido e natimorto. Não sentia nenhum desconforto, não um verdadeiro desconforto. Diziam que partir para aquele lugar seria morte na certa. Noite, e muito longe de onde eu moro, viajei por horas demais, noites longas, para naquele momento estar preocupado. Eu deveria estar cansado? Eu só não queria me forçar a morrer.
O vento era cortante, forçava sua passagem pelos lugares escuros, e estreitos e parecia soprar a meu favor. Às árvores estavam agitadas, suas copas se abriam vorazmente. De longe eu conseguia ver as velas sem luzes. E a milhas de onde eu estava, havia pessoas rindo em seus quartos. Iluminados por tochas, prendendo os dedos como garras nas batentes de portas. Gargalhando pelas gargantas que logo seriam dilaceradas.
Sozinho eu me nomeei..."Rei-Dior." Não havia lei em mim, estava num lugar distante, entre os sem leis. Sempre havia algo amaldiçoado, mas quem é que procurava uma maldição? Seria melhor se redimir, quem sabe assim. Ainda não haveria uma chance de alcançar o céu. O ponto de luz que eu estava procurando, e vendo em meus sonhos, estava sim, a léguas e léguas de distância. Acima de inalcançáveis montanhas ao norte. Eu saboreava o vento e os meus desejos sobressaltava em minhas pulsações...
            Foi quando comecei a correr.

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Preciosidade

 "Definimos tudo e qualquer coisa da forma que simplesmente pensamos ser. Mas é necessário compreender que tudo não está sobre o nosso ...