7 de março de 2011

"Os cardeais e o castelo."

Estava quase tudo pronto, quando então a tarde escureceu... O sol ainda teimava em aparecer com seus raios solares penetrantes e alaranjados sobre as nuvens escuras. O vento rufava aos murmúrios chegados do leste. As sombras das árvores por entre as trilhas de andarilhos, as carruagens pararam cedo em sua jornada. O momento que ninguém se quer esperava-o, o espaço entre as nuvens mostrando um céu escuro... E no Oeste partia os raios e relâmpagos, cada vez mais tarde, e ainda era cedo pra adormecer. Quartos por suas janelas abertas, cortinas dançantes, onde flutuavam os fantasmas... Escondidos sobre as vitrais, UHHHF... Algumas velas se apagavam, o esconderijo predileto das bruxas. E os candelabros se balançavam de um lado para o outro. O fogo da lareira ainda aceso sobre cores sortidas, solstício de Outono, e as folhas se dispersavam das árvores, e as janelas se debatiam aos vãos laterais. A garoa muda como uma neblina invernal, e nas montanhas os cardeais prontos a nova temporada. UUUHHHHF... A matilha de lobos a uivar, escondidos entre os pinhais, um segredo escondido na cepela trancada, e o sino sempre as cinco horas e quinze minutos a tocar. Sem o puxar preciso da corda, a força hábil e real do vento. O guarda-chuva frágil para o frio, roupas pesadas, e a noite densa a cair, a silhueta da lua, por entre as janelas agora trancadas, por entre os cantos do castelo, joelhos sobre o chão de pedra, e as vozes mansas a suplicar como um canto excelso.

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Preciosidade

 "Definimos tudo e qualquer coisa da forma que simplesmente pensamos ser. Mas é necessário compreender que tudo não está sobre o nosso ...