31 de março de 2019

(...) Ao som das folhas e ao cheiros das águas...

Como fontes e águas que correm
Em lugares altos, desconhecidos 
Por qualquer ser que respira e vive
No nítido limiar da vida sem cortinas

Pois só ganha formas ao passar...
Das horas ao tempo que nasce
Como a lua que se retira pelas manhãs
De seu parecer...

"Fazendo do dia um simples existir
Que finda em sua meia hora da tarde
A noite em sua majestade estrelada
Encanta mares e olhares nus na escuridão"

Ao expirar de uma estação
Florem-se os campos e oceanos
Não se cansam de transbordar
As praias e longínquos rochedos

Adora tuas tempestades e ondas
Aflorando ventos e passagens
Águas profundas, pontes dos rios
Leito indizível , indecifrável 

Um que faz de todos, esconderijos 
De indomáveis seres indescritíveis
Mas que existem e dormem em suas escuridões
Que destroçam suas aproximações

Engolem as máquinas metálicas que voam
Que desafiam o ar invisível em sua maestria
Regente de sopros destruidores sobre os montes
O que leva as folhas secas e esquecidas...

A vida como uma "Ode" em nós se realiza
Sem pensarmos em como a vivemos
Somente a recebemos como ela quer
Como tudo se desfaz e se refaz

Como se cada manhã realizasse as tardes
E cada tarde fosse a estrada das noites
Então, cada noite o leito das manhãs
E o ciclo natural a se repetir 

No sempre que é o agora, nada é eterno
E tudo passa, como o que se pode ver e comprar 
Mas há palavras que não cremos, e não passarão
Sobre a letra que mata, pois é transformação...

Não perde o sentido e nem a força
Passe o tempo que for, há de se realizar
Em tudo e (sobre-tudo) 
Não pode o homem alterar seu fundamento

No antigo firmamento das estrelas
Cada uma com tua sombra de luz
Suspensas por invisíveis linhas
Não se sabe dos outros mundos, além deste derradeiro

Que se faz como uma porta para nada daqui
E nem do que se expõe em suas vitrines
Tudo é simples de decifrar, somos uma paisagem...
Que deseja o mundo "impedir" 

"Que realiza o que todos juntos não podem
E somos um abismo que ninguém conhece
Mas que insistem, persistem...
Até novamente mudar a estação

Que nome têm e passageiros também
E fazem mover os vagões bagageiros
Aos trilhos ferrenhos que não se movem
Fortes a suportarem a passagem dos metais e dos aços."

Sem o haver do acinzentado céu
Nada sabe do que ouve, pois não vê
Estranho num mundo superficial
De gentes sem portos...

Destinos e rumos ao gosto de absinto
Nome de estrela que brilha alta
E faz o homem errar nítidas escolhas
Suspendendo as colheitas depois das chuvas

E desfaz dos adversos pensamentos
Que nos impedem de criar ao compasso dos poentes
Dos arredores surgidos em meio a existência
Do sentido em que temos a vida...

E não a vemos em sua forma de complexidade
De imediata consistência
Em que faz ruir o mover das águas
Sobre as cores de suas ondas

Divisor de mares que não pensam
Mas que estão sempre a se movimentar em divisões
Entre suas placas tectônicas sem (maré-motos)
E trazem as altas nuvens as cidades vizinhas

Idealizando os reveses que inspiram
Menos do que se registra a arte escrita ou desenhada
Em memoráveis formas e tamanhos...
A música compõe o movimento, sua letra.

(...)Ao som das folhas e ao cheiro das águas
Nascem todas cores do horizonte.

Preciosidade

 "Definimos tudo e qualquer coisa da forma que simplesmente pensamos ser. Mas é necessário compreender que tudo não está sobre o nosso ...