4 de julho de 2019

Óh morte

Porque foges de mim?
Escapa por entre meus finos dedos
Que se entrelaçam no delírio frio do meu corpo
De uma noite gentil que dispara sombras
"Sombria-mente" nas baixas entradas dos vilarejos
As portas debruçam corpos distraídos
Porquê de mim foges,  óh morte?
Eu que tanto te venero e desejo nas entranhas do meu espírito
Sentir teu ar num beijo frio a me puxar
Para um canto onde tu é rainha
Paraliso meu corpo para que minha sombra te aches
Em qualquer lugar escuro a trilhar
Magnífico delírio que realiza maestro silêncio
Dos vivos que temem a ti, Óh morte
Porque não me envolves com teu beijo?

"Óh morte eterna...
Toma-me pela alma
Dá-me a sensação do teu espírito
Não foges de mim assim
Quando te sinto, logo passas
Em meu perfeito exílio
Espero teu amigável existir, sentar-se comigo."

Deixa-me adormecer em teus seios e sonhar
Em meu leito a delirar,  quero teu toque
Simplesmente para me levar ao sub-mundo
Onde não há razão, vem e beija-me...
Enquanto cantam as bruxas
Emergem uma falsa magia sobre a terra
Porque fazes-me sofrer, Óh vida mortal?
Desejando a ti como se fosse a morte
A cidade vai dormir. ..
Pouco som há aqui
Chove como grãos de orvalhos
"Porque te escondes de mim?
Óh morte silenciosa!
Sombria e inóspita
De inenarráveis sentidos
Perfeita e sinfônica.

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