12 de agosto de 2019

Agora que te vejo adormecida, lúcido por teu respirar e calmo aos teus olhos fechados...

Tu marinheira dos meus sonhos e nau das minhas navegações
Faz -me embarcar desconhecido plano
Tu que tem todas as formas  e cores
Torna -me completo sem te -la como se tem os outros
Pertenço  a ti mesmo sem que queira
Tempo que por mim passa como breve é a vida
Eu vou contigo até o fim deste confim
Sem que eu compreenda tudo que se passa
Por em mim não caber no corpo esse sentimento
Pois merecido precisa ser maior do que se já ouviu
Amo -te sem dizer que teu corpo tem a fórmula que desejo
Amo - te sem saber porque te amo
Distante como um campo do céu
Mas tão perfeito como o reflexo da lua sobre o oceano
Profundo como a tua existência
Pergunto então se o homem foi a lua?
Que longe está de seu corpo
E do mar sentido aos olhos que banha um corpo
Não pode descer as tuas profundezas
Eu que te vejo em tudo...
E tudo que vejo não me lembra tu, marinheira
Pois tudo não  te merece pela clareza que tu és
Sondo - te "desnuda - mente" para te desvendar
Como um mistério que se revela nítido
Para que meu sonhar seja meu viver
E que meu viver seja teu respirar
Pois tu reflete minha alma irisada
Que "lucida-mente " enxerga o norte
Para ser dono de teu horizonte
Tu, que me faz navegar sem medo
Fazes também de mim teu mapa
Para que me encontre na luz da lua de teu doce olhar
E me emaranhar nos teus cabelos dourados a dançar
Repouso a cada chegada e te levo em cada partida
Pois tu é ar que me enche os pulmões
E dá sentido a meu navegar
Pois és caminho a caminhar
És canto noturno do meu viver
E enquanto sonho, torna pleno meu alvorecer...

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