22 de agosto de 2019

Fraseador

Senta aqui a beira do abismo
E olha pro nada onde não há nada
Balança os pés e sente o nada passar
É como todo sentimento que nasce

Senta aqui à beira desse abismo
E deixa nascer a hora em que dança tua alma
Sobre este abismo que pasma ao te ver
Se sentar e ver o tempo passar

Não se acautela de nada e senta aqui no alto desse abismo
Faz dele teu berço a sonhar sonâmbulos sentimentos
Que te fazem chorar e lamentar o que não há
Porque nada existe só por pensar

Se senta aqui no topo desse abismo
E arranja pra ele uma roupa nova como uma paisagem
Todo abismo é sem fim e triste como o cinza
De uma tarde fria e nublada

Se levanta e desce lá onde começa teu abismo
Rega tuas raízes  e pode as folhagens do teu ser
Dê novo nome ao que se vê e nada teme
Caminha a beira do teu ser e semeia serenidade

Olha pra dentro do teu ser
E vê que tu é teu abismo
Rega tua alma coragem
E faz de ti intocável ser...

De devaneios e sentimentos
Que ludibriam tua morada
Que é teu abismo mais formoso
Só não tem outro nome, por temer.

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