2 de setembro de 2019

Estarrecedor silêncio de uma alta madrugada
Aqui e acolá um alarido fingido
Como um vento que sopra sem direção
Finita provocação que não passsa de lá...
Daquele canto maldito a se esconder
De tudo desconfia sem pressentir
Descompreende e move os olhos sem nada ver
A alma estremece e nada diz ao corpo imóvel
Por detrás das paredes faíscas a acender
Pavis que começam a fumegar
Incendeiam bosques sem arvoredos
E cada som vem se tornando uma canção
Criando um perfeito movimento
Que não se assanha do lugar

"Eu sei que tu quê esconde
Tem medo disso que te digo
Teu sopro baixo vem do alto
De onde eu sou teu abismo."

Não é só vento a silvar e a passar
Nem só a noite escura a girar
Não é só as sombras a dançar
Nem só o gato miar
É muito mais do que se vê
E muito pouco do que se pensa
Há muito além de qualquer passo
E nada há de tão estranho
Então vai lá e tranca às portas
Depois aquiete estas janelas
Deixa o dever de cada coisa
Que o porvir não é uma mágica
E faz de ti um ser inteiro
Carrega assim o teu tinteiro
Deixa sensível tua hora
E seja luz de tua sombra.
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