27 de maio de 2017

E sou um assombro.

Suspira em mim o vento, e abro a janela... 
O campo se abre, as flores nascem nesta noite de outono!
É como não ter corpo, mas vagar apenas com a alma. 
O silêncio em inércia, me toma... E sou um assombro. (...)

"Há um silêncio lá fora, perturba
Como se vozes a entoar os trovões
Os relâmpagos clareiam a superfície terrestre
Onde nada encanta, e parece afinar o vento
Como um som cortante aos estardalhaços
Há certo suspense no ar, percorre
O campo mórbido, onde cresce a neblina
Adormecida pelos anos passados
A silhueta daquela alta janela
Vagando fantasmas intocáveis, invisíveis
A morte dança e paira os portões férreos
Jazem meus jasmins e orquídeas e ramos silvestres
Embala teus passos, deixando o rasto do fim incerto
Diante destes destroços mundanos,
Deixando cada nuvem sua mensagem
O mundo decifrado em teus mistérios
Farsas e histórias que nunca  vi, mas ouvi
Dediquei-me a sentar-se sempre só
Resistir aos males, e percorrer estas mortalhas
Trevas que findam os dias mais lindos
Onde o homem ateia fogo aos palcos
Causando euforia ao que está porvir,
Crianças que suspiram a podridão dos mortais
Há sangue nos jornais, e eu fecho os olhos
Absorvendo a essência que me dita a alma
Que protejo sem medir esforços
Subitamente fecho os olhos e me movo
(...)
As engrenagens, os trilhos, os corredores
Passageiros que seguem seus tristes fins
Pedaços de céu, que arruínam os acontecimentos
Que antes naturais, são forçados a surgirem
Entre o tempo e o espaço, tornando moribundos
Uma ciência doentia falha as tecnologias
Movendo o homem ao triste fim de seu existir
As espécies selecionadas aos princípios sem lógicas
Sinto febre em sentir tudo isso, e escrevo
Para diminuir a dor em sentir, desfalecem as flores
E a sociedade é o cemitério, antes do túmulo
Dança a morte diante dos crucifixos religiosos
Enganando a existência, tornando-os fantoches
De um teatro chamado mundo
(...)
A essência se perdeu e os animais
Não cantam mais a natureza,
Assim como o homem, se perdeu
Nesta soma de tudo
Que de pouco em pouco, torna-se em nada
O vento não ecoa mais pro norte
Devasta os mares e causa tuas ondas
Impactos as placas mortais, criando trevas
Do alto do pico, até o fundo dos oceanos,
Engrenagens que cedem as ciências,
E detratam a realidade, formando tudo em ilusão
Que faz o homem desejar, e morrer antes mesmo de nascer!

Preciosidade

 "Definimos tudo e qualquer coisa da forma que simplesmente pensamos ser. Mas é necessário compreender que tudo não está sobre o nosso ...