O vento que vem desta maré, traz consigo o gosto do salitre que vem do mesmo ar que respiro. Indica-me a distância entre mim e o mundo que não há. Desvendo as paisagens longínquas e variações passam dentro de mim formando versos que fluem num movimento titânico de todos os meus sentidos. Sinto febre e sinto descer de forma aromática o entrever dos sentidos submersos...
Meu coração é como uma pena na destra mão do escritor. Sou uma vila velha e antiga de uma região inóspita, criada pelo tempo desse mergulho, são linhas imaginárias que pintam a minha realidade. Entre praias desertas, falésias e florestas de todas as margens do meu universo único.
Sou estranho, estrangeiro e íntimo de mim que une as cores como sotaque de coisas visíveis de um mundo despercebido. Eu percebi que as estrelas somem ou se perdem, eu não sei dizer ao certo. Porque na marcha do tempo, foi-me revelado que a luz também em sua glória, faz as coisas visíveis sumirem. A imensidão escura, como a margem de uma vida derradeira se vai, porque a luz penetra, alcança. Tenho prazer em sentar-me aqui sozinho refletir e sentir... Não basta econder-se debaixo das pontes as águas, elas escorrem, correm. O que fica parado, rói memórias. Éramos, não somos mais! Se o desejo é de ir fundo, o sentido está em caminhar.
E se eu novamente, voltar a me sentar aqui, a sensação já não será a mesma. Tudo que vai passar, terá sido invisível e sorrateiro. A póstuma margem do rio do meu amanhã...
10 de outubro de 2017
Meus olhos, são convés...
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