14 de outubro de 2017

Desossador da morte...

A morte sussurrou em meu ouvido...
Ela espreitava no invisível,
E na passagem do vento, ela tocou minha face
Mórbida e fria...
Fez-me fechar os olhos, eu já estava morto,
Ela queria me fazer viver, ser...
E então me disse;

Desossador da morte és tu, Poeta...

Entrelaçando meu som as pessoas
Não te vejo...
E na tubulação invisível sou eu as caixas
A vida é desenhista, vaga-lume, encanta
Um leve vento a balançar, envio
A tradição que justifica a morte, eu caminho
A te buscar, mas não te enxergo
Teu cheiro é perfume que me afasta...
Caminho a sorrir
Invadindo as luzes, e levanto as taças
Guio cada uma das mãos
E saúdam a mim, a morte, e eu sorrio sem pressa
Transmitindo amanhã o cansaço de mais algum tempo perdido
E a noite inicia mais um novo movimento...
Você, Poeta é;
o olhador de nuvens, sem responsabilidade
Em ser meteorologista!
Então, te tocar, não posso, você;
Desossador da realidade e vivente
Na terra dos mortos...

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