13 de janeiro de 2020

Em febre a sentir a vida como um motor 
E o sentido da vida feito uma natureza
Que se pode formar em tocar com mãos calmas
É da mesma forma que eu toco o seu corpo para desenhar
E cada curva a pintar como um trópico cheio de força 
Teu sorriso taciturno como um fogo 
E no presente instante canto, canto sem passado para ser esse o futuro
Porque o presente é tudo o que se desembrulha e borda
E todas as coisas me são nada, porque passam ligeiras
Há pensamentos dentro das máquinas que são luzes da existência
Nas canções, não há teu florir
Por isso se canto, canto teu olhar num verso
E cada sorriso teu numa terna composição
E o que foram humanos antes, são hoje inertes pensares
Que não nos importam a ser coisa real ou coisa alguma
Átomos são teus pensares para mim
Que me fazem escrever a vida reversa
Febre para o meu cérebro é teu ser inteiro
De pele alva como a neve, faz do inverno fogo
Teu corpo minha correia de transmissão que me embala "eletrica-mente."
E eu ando por estas correias de seu volante
Ciciando em teu ouvido meu complexo interior
Rugindo como uma fera que te caça ferozmente
Ferreando como um vagão a passar sobre seus trilhos metálicos
Dando-me acesso a carícias ao teu corpo para na tua alma chegar
Como a vida deseja alcançar cada estação
E vem subindo nitidamente a sensação plena de se refazer
Recriar todas as maneiras de poder transformar
Eu me sinto completo, inteiro 
Sem ser como uma máquina
E não tê-la também essa máquina
E o que paira sobre nós, vem triunfante e nos almeja
Torno-me óleo da sua engrenagem esbranquiçada
 Calor e carvão longe da flora para aquecer tua essência
Todos os perfumes, desaparecem, deixam de existir para se sentir
Estupenda manifestação azul e negra desta constelação
Insaciável sentimento que cresce e nos faz abordar a vida
Uma dinâmica entre estrelas e céus
Entre o luar e o sol que nos nascem
E no teu silêncio ciciante me movo, pondero
Dentro deste giro como um guindaste cheio de força
Para te edificar alta e intocável

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