6 de junho de 2017

(In Absoluto)



Ouço, passar o vento
Afoito
Arrastando as folhagens
Palavras que vagam
Saltando nuvens
De pronto, me entrego
Desfazendo-me
Por querer teus beijos
Envoltórios
Em minha boca
O firmamento impreciso,
De um movimento sepulcral
Um dilúvio
Tal em meu ser
Desenhando cada pensamento
Nada percebo
Senão a sensação
De que antes disso,
Nada antes vivi
Velozmente corre a água
Em sua fonte
Sou sua fronte e nascente
Pois estou aqui
Indecifrável
Como uma lança
Perco o fôlego
E desejo me achar
Neste enleio
Que me cobres de tu
D'um lado daqui
Distante
Por vezes sou deserto
Mas quando sozinho
Sou todos os meus confins
Que se realizam
Mesmo que teus beijos
Em mim
Não existam!

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Preciosidade

Amanhã serei silêncio

Silêncio de um homem cansado  De tentativas errantes Mas que foi feliz ao semear bondade  Um choro reprimido agora partido  Deixo escrito o ...