21 de fevereiro de 2018

Rufa o tempo sobre essa silhueta

Imagem do inenarrável sentimento
Que faz ressuscitar perfeita ponte
Onde brinca as ondas de águas claras
Riacho profundo, chamado sono

Diante de uma inóspita e inaudível sombra
Onde se espanta o vento e ali adormeço
Como se nada existisse por fora dos olhos
Uma visão de estrelas além da mortalha

O canto antigo do pensamento a vagar
Sobre moinhos de sonhos gerados no ato
Dessa inalcançável sensação de estar morto
Eu, adormecido, pairo no silêncio dessa madrugada fria

Em que ao declínio do cansaço de existir me refaço
Vem surgindo um estado alarmante
Em que sou eu para mim, um tenro perigo mortal
Que são notícias, senão nuvens que passam?

Eu estou adormecido na minha existência
E o que tangem ali?
Será uma bruxa ou uma canção?
Deliro a realidade e me me torno solitude

Sou esse vento sem cor, leviano e solstício
Que paira as folhagens e forma a vida
Uma estação  passageira sobre essa nota
Eu existo, mas também deixo de ser e tudo se transforma

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