30 de setembro de 2017

Serenim...

Antiga a locução da poesia misteriosa
Transparente como as gotas da minha chuva
Lírio de uma noite fria e oculta
Fecho os olhos, e se revira o quadro...

Vestuário de tecidos e teias
Que ternamente tecem a minha canção
Obsequiada noite, de estrelas tímidas
Fungível furna, sou inteiro e intocável...

Um instante corriqueiro...
E ouço o badalar do relógio em meu quarto
Um amor, que jaz desenterrado
Faz nesta minha janela, nascer/
A mistificação sem ensaio

A letra, a alma...
A vida, o sonho...

A Keile F.

26 de setembro de 2017

"Levanta-se impetuoso sol...

Longínquo do qual exalta corpos
Quem merece tanto assim?
Senão os céus e mares
Faço-me ilha desconhecida
Que a nada pertence
Escrito nas ruas abandonadas,
Sou majestade diante dos relâmpagos
Um pequeno graveto a fruir as ondas do rio...
Som estridente que açoita moribundos
Flecha limpa dessa aljava
Alvo da minha guerra,
Núcleo do destino que me segue
Pertenço a mim, que sou começo de mim
Meio deste revés esquecido, e fim
Para todos os meus recomeços
A sentinela desta torre alta, intocável
A terra vil, desprezível e pisada...
Mas sou vento que sobe e d'onde venho, não sei!
Sou minha casa, grande, mas muito grande
E não sei viver nesses três cômodos,
Sou a chave, de todos os outros
Eu sou do tamanho que eu me vejo...
Não que dizem, breves ruídos que morrem
Sou quem resplandece a glória
Que recebo para saudar a vida, os outeiros
Não as coisas da altura que me vêem

25 de setembro de 2017

"Ao rei pertence todas as ilhas conhecidas. Pois assim, elas estão no mapa. E tudo que vela no oculto, pode nos pertencer!
Que ilha é você?

24 de setembro de 2017

Inescrutável farol,

Tão longínquo como d'onde vem as marés
Fiz de ti fascículo, obra minha
Pois tu és fonte, água doce
Que me inspira e banha sem tocar...

Amo-te, porque contigo sou inteiro
Jamais me negue tua chegada
E não partas de mim,
Pois sem ti, metade de mim, não existe."

A Keile F.

21 de setembro de 2017

Inspira-me olhos negros e fechados
Tão inocente a sonhar, quase imóvel
Busco o que ele pode estar a sonhar...
Absoluto e intocável pelos males

Busco profundamente o que ele pode estar a sonhar...
E tudo se desfaz e dentro de mim, se refaz...
Recomeça!

Será o reflexo vivo de mim?
Que de adormecer , faz-se tal eterna-mente criativa a sonhar...
O mais belo refúgio da reprodução inconsciente
Pois essa realidade mutável, não é nada sem os ventos
Ela é tudo isso e muito mais...

(E dormia o menino,

19 de setembro de 2017

A arte

Que se  mistura a minha frustração
Inova-me a cada dia, não tenho medo de quem eu sou
Pois vivo e sou a mesma arte que mínima faz crescer
Não sou o invento, sou a minha própria criação
Não invejo o sol nem a lua, pois meu e minha é, pois existe
E eu também existo, sou eu profundo e raso mortal
Sou a obra completa, por todas as sensações que sinto, não crio
Tudo passa, porque não sonho, deliro a realidade

"Não sou o invento, sou a minha própria criação".

18 de setembro de 2017

"Toda lição patrocinada, tem-de-a padronizar igualdade comportamental. Dessa forma, torna-se impossível criar uma sociedade desenvolvida disposta ao crescimento evolutivo. Estaciona-se o tempo as exigências!

17 de setembro de 2017

Agora me sento a ler um livro!
Posso sentir e ouvir passar o vento...
Sobre mim, caem as folhas e ouço o canto dos pássaros...
O ar suspenso dá-me o mistério da vida, revelando-se no silêncio do invisível...

Eu sou a hora, o instante...
A descida do rio que vai para o mar

Sou o segredo revelado que me faz, simplesmente existir e a nada pertencer.

"Porque descobrimos que não há razão para ver apenas a superfície. Pois além de toda paisagem aparente, há muito mais do que se pode ver e tocar. Pois faz sentido a chuva que se esconde por entre nuvens que se desfazem, mas são comportas da necessidade da natureza. Pois somos uma porta, e só descobre quem bate, e não abre simplesmente...

16 de setembro de 2017

Pela graça de tudo...

Que existe e formam os campos
De terras de origem distantes
Desconhecidas também como somos
Para nós, pois nunca de nada sabemos...

Quando e de onde vem o vento
E então nos deitamos a sonhar
Enquanto dorme o corpo e vive o inconsciente
Que de nós, tudo toma

E de olhos fechados formam os versos
Pois  dorme a canção que sonha
O infinito que pela graça de tudo
Faz existir...

Tudo que há pela simples luz
Que reflete/
Pois todo corpo, como os olhos
São janela e recepção da alma.

Pois me ouvem as ilhas...

Pois me ouvem as ilhas...

Mencionam os céus, as entranhas
Dos montes e fontes
Flecha limpa que se oculta na aljava
E toda extremidade declina

Ao som da voz
Que pressurosa
Faz os ventos confundirem
E desmonta as estradas

Levanta os olhos
E reinam as estrelas
E nos mostram o caminho
E nos guiará a nossa herdade.

12 de setembro de 2017

A tua ausência


Aflige-me como a solidão, e faz-me andar.
Não dá-me a falta sia, pois sei que distante existe.
A mulher que faz-me inspirar o caminho que devo seguir, e vou.
A tua ausência é a mesma ponte que me leva para o átrio de toda minha realização.

Keile F.

11 de setembro de 2017

"Assim, um lugar tão pequeno, mas como um forte. Pode espelhar e lhes contar a história mais grande."

10 de setembro de 2017

Meu jardim secreto

Jardim de flores
Que rompe as dores
De rochedos altos
E me tiram deste chão

Jardim de rios que correm
Por debaixo das pontes
Nunca sendo as mesmas, águas
E das fontes, jorram

Jardim de ribanceiras
E verde gramado para se deitar
Chove no seu tempo
E há sol para aquecer

Jardim secreto...
Que leva e esconde minha alma
E torna tudo tão vazio
Para de "nada" eu desistir

E em "tudo" muito crer
Pois sou jardim secreto
Da minha antiga alma esquadrinhada
Que o infinito, guarda!

No lumiar da vida

Percebemos e já é tarde
Porque de-repente, perde-se a manhã
E pensamos como se faz e chega a noite
E dormimos no findar do sul exterior

E descansa o Norte interior
A alma/
Na sala do trono
Me leva...

Faz do deserto
Grande lagoa
E terra seca
Em fontes

Me leva
A sala do trono...
E todos os príncipes
São desprezados, e muda os tempos

E no limiar da vida
Bebemos a água antes de sentir sede.

9 de setembro de 2017

Todas as flores fenecem....

Pois chega como todas as estações
E partem os vagões sobre trilhos
E vemos como existem tantas ás alturas
E nelas se quer podemos voar...

Neste jardim todas as flores fenecem...
E além do além, brilham
O tempo inteiro aflito passa por nós
Deixando tuas melodias e poesias, descansar

"E levantamos, pois longo é o nosso caminho

O alvor do Oriente feito os olhos
Que queimam como chamas ardente
Quem dera hoje vir a primavera
Para reinar com seu poder todo inverno

Mas espera, porque passa e há de vir
Da forma que o vento quer, e se quer sei eu
D'onde vem louvor em graça aos mares?
De Leste a Oeste faz-me todo um ser secreto

De entremez enterra o mundo;
Pois profundidade se sente no amor
São meus e para mim os ventos e chuvas
E toda majestade do sol e da lua, te dou.

8 de setembro de 2017

O trem lá do outro lado apita, num estado alarmante, onde faz cessar o canto dos mais raros e lindos pássaros. Sentado aqui em silêncio, sinto o mover dos vagões que vem de longe, das colinas portuárias. Fecho os olhos e sou o movimento dos trilhos pesados que sonha em ser livre. Lá do outro lado, o lago mudo. E aqui. quando venta, faz a terra vermelha subir e rodopiar as folhagens. Sou o encanto do canto do pássaro, que volta a cantar, pois toda embarcação e bagagem sempre encontram teu lugar. Procuremos nos calar para ouvir, entender não faz preciso que permitimos que aconteça!

Fragmentos

7 de setembro de 2017

Sei que há minas...

Onde se extrai prata e o ouro fino
E diante da pedra se funde com o metal
Pondo fim a extremidade, esquadrinhando as utopias
Diante das cavernas dos pensamentos

Entre sua escuridão e as sombras da morte/

O ribeiro transborda, nada sabe quem habita ali
E ninguém sabe, quem ali habita
Então se esgotam as águas, e os homens partem
Da terra que antes. abandonou, agora desolada

A ave rapina, ignora a safira e o pó do ouro
Por isso, voa além do alcance das mãos
Tudo que há, faz nascer pelos rochedos
Rios e caminhos ocultos, que só vê a criança

Quando tudo faz imaginar/

Moinhos de vento, fulmegando acima dos trilhos
Encoberta ilha dos viventes, que não se troca
Pelos cristais ou rubis
E nem topázios ou diamantes, se igualam aos relâmpagos

Leis para as chuvas, e caminhos para o relâmpago dos trovões
Peso dos ventos e medida as águas
Se estende o caminho, e descubro o lugar
Pois nem pérolas, pode nos dar valor

E o homem perde teu próprio valor, dando a tudo que vem do abismo/

6 de setembro de 2017

"Surge e parte, como todo sonho
Aqui dentro o que então faz realizar.
E faz com que tudo lá fora, se quer exista
Eu sou a soma das minhas sobras
Sou a arte de nada ser
E tudo perceber que além de mim
Quem inconfundivelmente respira
É a minha alma
E nem palácios e nem desertos...
Me sustém, mas o invisível, intocável
Porque o amanhã não vejo, mas vivo o agora!

5 de setembro de 2017

Dias difíceis, em dias de vitória.
Dias de adversidades, em dias de júbilo...

No pavilhão que me escondo, ouço o recado
E sou eu a mensagem, de dias cinzas/

Noites sombrias, em noites sonhadas
Noites escuras, em noites que se rendem ao dia

Com a altura de uma  montanha, e a profundidade do oceano
Torno-me dia e noite, pois sou tarde entre tudo

Sol que alumia os campos, lua que brilha no alto mar
Fogo que consome a palha, e nascente da represa

Dias passados, em dias que não voltam
Dias que foram, e me trazem redenção,

Pois do amanhã nada sei,
Senão da liberdade, que tenho
Para contemplar a alma
Que canta em mim, e saúda as estações.

4 de setembro de 2017

Se tudo me fosse

Se tudo me fosse chuva
Os campos regaria, todos
Para todas as flores te dar
E te vestiria de linho fino e lírios

Se tudo me fosse sol
Aqueceria a relva para fazer nascer
Aos olhos todas as nascentes
E as fontes da vida, todas te daria

Se tudo me fossem notas
Teu silêncio mais belas composições, me inspiraria
E cada dia ao teu lado, mais perfeita melodia
E teus modos e manias, você, maniqueísta minha

Se tudo me fosse ilha
Tuas águas eu seria, pois tu é a minha fonte
Que me faz nascer como estrela
Que vaga além do infinito, indefinido

Para te buscar/

Se tudo me fosse sonho
Contigo sonharia, para na realidade, criar
A terna razão em desejar-te, como este sonho
Que busco achar sempre e realizar

E se tudo me fosse distante...

Eu seria caminho
Para te encontrar
E nunca deixar se perder
E senão me fosse assim...

Te amar não existiria...

Como as flores do campo florescem e se vestem os lírios...
Formoso lugar onde te encontro, e me deito no teu peito.
Não há nada que impeça de fazer surgir, teu sonho.
Porque não há nada que possa calar tua voz.
O vento vem, chega, e em tudo toca. E em nada fica!
Ponte que percorre os rios, como divisor das águas límpidas.
Componho para dizer que te amo. E que nem as flores do campo e nem os lírios.
São mais belos que teus sonhos e olhar.
Que não há graça em mim, sem tu!
Pois tu é meu infinito balé estelar...

3 de setembro de 2017

Como as flores do campo florescem e se vestem os lírios...
Formoso lugar onde te encontro, e me deito no teu peito.
Não há nada que impeça de fazer surgir, teu sonho.
Porque não há nada que possa calar tua voz.
O vento vem, chega, e em tudo toca. E em nada fica!
Ponte que percorre os rios, como divisor das águas límpidas.
Componho para dizer que te amo. E que nem as flores do campo e nem os lírios.
São mais belos que teus sonhos e olhar.
Que não há graça em mim, sem tu!
Pois tu é meu infinito balé estelar...

2 de setembro de 2017

As bruxas alto cantaram
Toda assombração, quis rebentar
Tangia fantasmas as paredes
E o demônio espreitava as janelas

Junto ao vento,
Todos os vidros se quebraram
E as velas se apagaram
Silenciou o sino da aldeia velha,

Cantiga de um homem que nasce
E assim como alguém morre
Faz-se flor brotar e dar também o fruto
Toda árvore que foi semente antes

E foi no silêncio que me deitei
E senti medo, mas havia calma
No interior, exteriormente o frio
No silêncio, todo abismo se abriu

E carregou consigo as dores,
As falsas declarações,
E nada mais há , senão silêncio
Capaz de parar o mundo e mover as águas...

O hialino dos meus olhos

É natalício e faz-te paisagem do meu ser
Giram as flores e caem teus espinhos
Naufragando a solidão em casa
Para descansar, buscando o sentido

Do qual nos pede a vida, para entender
Sem revelar o mistério oculto
Pois não há de existir segredos, se penso
A imensidão deste horizonte, junto ao oceano

E se misturam as ondas, lançando medos
Que querem pensar, fluir e serem
Mas sou teu cobertor de lã, fogo
Que consome teu maldito pesar que pensa

Tua segunda pele, pra lá do resto
Que vem e não fica, dissipo
Pois quando tu vens, te faço letra e ciência oculta
De um poema que sonhava, antigo

Sem tu, sou sempre semi, o incompleto
Sou hialino e canção solstícia
Soma das estações, e conjunto do pensamento
Que transformado, eterniza o sentido do silêncio em amar..

Preciosidade

 "Definimos tudo e qualquer coisa da forma que simplesmente pensamos ser. Mas é necessário compreender que tudo não está sobre o nosso ...