31 de janeiro de 2018

Caminha e tudo desaparece

Entoa a nota como o sino da aldeia
Que de longe me faz caminhar sem de nada saber
Perdem-se as razões e desfazem as guerras
Raso e profundo rio que sobe e desce a estrada

Daqui do alto, é tudo tão pequeno
E a vida passa derradeira em seu tempo
Que a voz da criança a brincar, é similar as ondas do mar
Entorpece o silêncio quando se vê e nada mais

Tão profundo amor me toma a sonhar
E abro os olhos dos pensamentos
Num único segundo, tudo deixo de ser
E a vida se transfigura, do caos a serenidade

A menina que vai nascer, sonhada a tocar flores
Também dedilha notas de um lindo piano
Em sua cor preto e branco, encanta a casa
E a paz que desce, não se compra nas vitrines

Antes tudo o que vivia se desfez e trouxe a esperança
E agora não há sentido
Há Vida e sonho, não os olhos, mas alma
Para desfazer os muros, trazer os horizontes

Menina que pinta as flores, como as colhe
Faz nascer o sonho e realizar a Alma para tudo
Que ainda não há, mas há de existir
Num tempo em que depois disso tudo fizer passar
Uma Vida nova surgirá de dois que eram simplesmente um...

Tudo suportou,
E hoje nada é, senão Amor
Como todo sol se dá a lua
E a noite para o dia

22 de janeiro de 2018

Serôdio de vento chega aos urros de uma noite intensa e solitária. Eu me deito  o banco dessa varanda e a chuva anunciada pelos relâmpagos que clareiam o céu sem estrelas fazendo me refletir e pensar o que habita nos céus do céu que vejo daqui! Sinto o cheiro da flor que sem nome, faz trovejar antes da mesma chuva que se forma em outros campos. Há um solstício noturno que declina a cadeia natural de todas as coisas. A noite escura não pode assombrar tanto quanto aos pensamentos dos homens que navegam como fantasmas visíveis que assombram todo o universo, com suas mentiras e ruínas para a conquista de um pedacinho de céu, que se desfaz como toda nuvem se desfaz...
E a chuva cai vagamente como uma serôdia tão cheia de graça, que a terra tem o mais incrível perfume que nem sempre vem aqui. Mas quando chega eu sinto e percebo. Não há tanta beleza nas luzes da baixa cidade quanto dos raios que atravessam horizontes e cortam longínquos espaços celestes e mesmo assim, não revelam o que está além do céu que vemos.

21 de janeiro de 2018

Perpétuos assobios

Que sopram árvores plantadas nos ribeiros
Que nunca receiam do calor quando ele chega
Conhece enganoso e perverso coração
Quem o conhecerá, senão a alma?

Imaginações dentro de pensamentos a esquadrinhar, mas o quê?
Se tudo que vejo não é esperança, porque vejo!
Não seja por espanto o inóspito invisível

Incensos louvam a noite enluarada e minguante
De ondas marítimas e secretas que navegam
E o vento louva com seu assobio
Palácio de espectros de luzes, confim terrestre

Dos que fazem da terra objeto
Faz nascer enfim, perpétuo assobio
Que faz passar pelo mundo e espanta e atemoriza
Vento Oriental faz surgir no raio de luz,  a queda do homem

Triste sepultura este ato de presumir
E se consuma o tempo que lentamente envelhece
Onde transborda o coração em esperança
E tudo afoga, sem que o assobio possa novamente passar.

( Não se deve caminhar segundo às imaginações, mas segundo, onde os passos precisam chegar. Porque o mau coração é uma terra desejosa das coisas que se vê. A vida ensina que melhor é criar, transformar. )

20 de janeiro de 2018

"Sinto pena quando tenho de riscar uma data ou passar a página do calendário. Lembro-me de envelhecer, e isso me alegra. Porém, o que me desvanece é saber que o tempo, enfim envelhece, não eu. Sinto-me contente com o resultado de que não sou a massa da multidão que tanto se preocupa com o que apenas evolui, não transforma. Porque somente a arte pode transformar e o espírito em solitude pode mudar."

19 de janeiro de 2018

O tom do pensamento imperfeito. O sentido do inverso

O tom do pensamento imperfeito. O sentido do inverso

Em meio ao silêncio, desfaz a insensatez
Que em mim, não tem sentido algum
Me pergunto se a vida deve ter algum sentido!
Mas paro, não penso, reflito...

E tudo começa a fruir como uma canção
Que entoa dentro de mim, faz nascer
Porque antes houve menos sentido
E se não fosse as nuvens a cobrir o sol,

Eu não descansaria á sombra/

Tornei-me a ser o sentido oculto
Onde habita parte da minha solidão
E sentei-me a pedra muda em meio a relva
Há sentido nos orvalho que descem ás folhas?

Foi na passagem entre o invisível e o real
Que descobri que não somos nada além do que pensam
Mas em nós achamos mais do que um sentido
Encontramos a vida em solicitude

E o tempo passa, e vamos além
De qualquer simples ou mera realidade
Porque somos um mundo, e pensamentos riachos
E a imaginação a fonte das cachoeiras

E cada paisagem, é tudo no que sonhamos em viver...

17 de janeiro de 2018

Transforma-se o recinto

Onde transborda o coração em pensar
E se revela um refinado mistério
Nada comum e extremamente extraordinário
Mergulha os olhos no canto da sala

E vago confuso nesse sentimento inóspito
E vejo o que nunca vi
Sento no silêncio do quarto a meia luz
Onde habita o verso oculto

Que sou eu!

16 de janeiro de 2018

"Nenhum homem pode fugir da sua própria sombra. Porém, ela sempre está embaixo. A sombra é sempre feita por alguma nuvem. E só pode cobrir os olhos e fazer se perder os passos, quando ganha vida na imaginação dentro dos pensamentos do próprio homem."

Lugar secreto

Toda via é o que sente
Se engana, mas supera
Como se fosse o próprio tempo
A fluir como águas do riacho

Que descem e buscam caminho
Sobre todas as coisas navega
Em outras vezes ali fica
E tudo faz perder o sentido, o brilho

É majetoso quando solitário
Porque faz tudo entender
É nível profundo em solicitude
E sabe a vida expirar bem

Com ele não se pensa
Mas se pode conquistar sem os olhos
Extraordinário, porém pequenino
Mas faz cada batida ter um sentido

Move o mundo
E desfaz a tempestade
É mistério...
Essa terra chamada, Coração.

13 de janeiro de 2018

Você possui todas as cores

E meu mar dança a beira de seus passos
A luz da lua declina e se deita a superfície
Do mais profundo azul dos oceanos
Um pensamento suspeito paira e some

Toma a forma de todas as estrelas
E faz parar as embarcações
E os outeiros se movem no infinito firmamento
Onde nascem jasmins de todos os tons

A este amor que não posso definir, medir
Pois quem dera fossem as palavras sentimentos
Navegaria constelações de todos os planetas
Somente para desenhar  o mundo em minhas mãos

Assim tudo seria teu
Nada me pertenceria
Porque sou apenas metade
A outra é nada, é sonho

Que em meio as tuas cores
Tudo deixa, abandona
Para ser lua natural
Fazendo navegantes, dormir e realizar

Enquanto sonham...
Você perfeita nau
Onde me deito a proa do vento
Amo-te desnuda dos efeitos dos lápis

Pois tu possui todas as cores

Ruminam os outeiros ao vento
E as nuvens trazem o inverno antes do tempo
De passos ao vento e sopra um moinho
Na tarde inaudível, e vem caindo á noite

Anunciando uma nova caça silenciosa
Onde olhos não podem enxergar o caçador
E as engrenagens forçam o vazamento
Do óleo como vapor de lágrimas

Há uma canção que canta a morte
E portas escuras se abrem para os corredores
Escuros, onde ecoam vozes desesperadas
E nada além desse último suspiro que falta

O vida alva para aquilo que vaga no além
De cabeças controladas, mentes supérfluas
Corpos que são jazigos da alma
Terra estranha o coração a navegar

Ilhas conhecidas, mas que não sabe a alma
Afeto cinza de cordilheiras quebradiças
Destronando arredores de comportas
Onde vagamente o corpo vai morrendo
Antes do natural envelhecimento, cada dia...

Tudo distante, ainda que veja os olhos!

11 de janeiro de 2018

Desce esse vento como sopra às folhagens
E caminho vagamente sem a perturbação
Dos galhos altos e suas folhas a despencar
Eu sou o assombro da vida e caminho

A tríplice dessa incógnita realidade
Desfazendo meros devaneios de homens mortos
Que respiram a  mortalhas dos desejos

Que sucumbem o abismo dos olhos
Que se prontificam a encontrar a jóia
Que por seu brilho e vestes
Torna-se sombria obra da procura

Que levam aos labirintos das máquinas
Quartos onde toca a canção sem a dança
Luzes que ofuscam o sentidos
E flui veemente perdição, oh, lirismo sem fim...

Abre a cortina e despenca o sol
E ao cair da tarde, são cinzas
Até que o galo altera o sino
E se abrem as sepulturas.

9 de janeiro de 2018

A luz da lua se antecipa no céu

E as folhas estraçalhadas são brancas
Como pequenos flocos de neve prateada
Formando caminho para encontrar á trilha

Onde há uma pequena fonte
Que rasga a terra para formar o rio
Que chia com tuas ondas verdes e prateadas
A luz tombada do poste esconde o retrato

Que é formado pelos arbustos de flores
De formosos buquês azuis e vermelhos
Flores para colher as mãos e fonte para molhar os pés
Que descalços amaciam a terra ainda úmida

A chuva que cessou deixou o perfume inóspito
Por entre os corredores deste belo jardim
O que se esconde ali?
Por detrás desse cantar que faz nascer a noite?

Canto mais lindo, mas sem face
E procuram  meus olhos repousar o corpo
Que febril, dispara e procura e encontra
Tão suavemente me sento a repousar

" E silencia os medos
Colho a flor
E te encontro em mim
Linda flor de Lilás

Eu sou o assombro

Desce esse vento como sopra às folhagens
E caminho vagamente sem a perturbação
Dos galhos altos e suas folhas a despencar
Eu sou o assombro da vida e caminho

A tríplice dessa incógnita realidade
Desfazendo meros devaneios de homens mortos
Que respiram a  mortalhas dos desejos

Que sucumbem o abismo dos olhos
Que se prontificam a encontrar a jóia
Que por seu brilho e vestes
Torna-se sombria obra da procura

Que levam aos labirintos das máquinas
Quartos onde toca a canção sem a dança
Luzes que ofuscam o sentidos
E flui veemente perdição, oh, lirismo sem fim...

Abre a cortina e despenca o sol
E ao cair da tarde, são cinzas
Até que o galo altera o sino
E se abrem as sepulturas.

8 de janeiro de 2018

Aquila non capit muscas

Uma pessoa de espírito superior não se preocupa com ninharias.

Tudo o que comemos se torna sangue. O oxigênio!
Tudo o que fazemos hoje, a consequência do amanhã. A realidade!
O resultado do óbvio, bom ou mau.
__________________

Uma vela
Não pode iluminar melhor uma caverna
Porque é somente dia
Assim quem vê o escuro, não sabe
Se a claridade do dia enxerga a escuridão da caverna...
Somos mais interiores, porque nos impedimos mais do que nos limitamos a fazer
E por mais que saibamos pouquíssimos
Sobre as coisas que vemos aqui do lado de fora
Á vela que ilumina a caverna
Ilumina sempre com a mesma proporção
"A de fazer enxergar."
A profundidade da sua realidade existencial
Está quando ela se apaga; Assim está o guarda-chuva,  para quando chove aqui fora
Quem se atreve a entrar e acender outra vela, quando essa se apaga?
E quem ousa sair para molhar a veste que guarda o corpo? Quando não se têm o guarda-chuva? Que também serve de guarda-sol? Mas não pode impedi-lo de aquecer e alumiar o mundo?
Quem dentro de si faz para depois pensar!?
Talvez o erro seja pensar antes de fazer
O que determina o resultado, é se somos pessoas boas ou más.

Releitura moderna do amor

Releitura moderna do amor

Como se diz não amar e sente e passa
Feito às cortinas da chuva que caem
Saber interpretar como quem dança
Não como pede a canção, mas desenha às ondas

Fazendo essa releitura e não há Julieta e nem Romeu
Não há dramas nem peças
Que não pregadas pela vida, faz-nos bailar
Passo a passo para alcançar

Os cristais que destroem palcos
Que são estórias que ecoam
São nos meus discursos silenciosos
Que refaço este montante coração

Que sobe as ruas e desce os degraus da escadaria
Para que em tudo eu te veja
E não haja releitura moderna que isso mude
E o amor vem reinando;

E novamente o vento é o verso e sopra a semente
Algo diferente em nossa frente
Não dá para entender
Mas sabemos quando vamos viver

"Toda hora em qualquer lugar.
O amor precisa Reinar."

7 de janeiro de 2018

Tampouco me importaria as razões
Que tangem meros anseios e preocupações
As mesmas mãos que semeiam, colhem
Estou certo de que se há chuva
Há de haver uma colheita onde também há sol
Mas do mesmo lado onde se esconde a chuva entre nuvens
Tão maravilhosa essa existência
Que não se pode medir, nem pesar
Chego e sento e nunca saberei o preço
Que minha alma pagaria por essa calmaria
Porém, aqui está o seu digníssimo valor
Esperar na paciência que gera esperança
E faz da razão motivo. de riso
Tornando o amanhã uma mera vaidade
Que neste presente, não atemoriza
Prostro-me a vida e toda sua formosura
Quão beleza imensurável que desejamos viver
Tenho em mim todos os sonhos do mundo
Por isso, viver não precisa ter um sentido
Porque por amor, a vida nos deixa colher
E a própria vida é a colheita
Porque a chuva nos molha, rega
O calor nos aquece, abraça e somos fortes
Somente o limiar do pensar que nos faz sentir e passa
Mas são nos nossos passos, que alcançamos o arco-íris
É na força do crescimento invisível que criamos o anseio
De querer realizar, sem que seja para nós, mas para todos
Mas para nós que amamos também dividir
Semear um sorriso, colhendo um abraço
Vestir um corpo e aquecer uma alma, não tem preço
E o valor só pode receber quem dá sem nada esperar
Porque o gesto nos ensina, não emociona
Porque a razão não pode criar guerra
Mas gerar o silêncio...
E no escorrer das nossas lágrimas, regamos o coração, terra estranha
E sorrindo nasce impetuoso sol
E então, floresce...
E com as nossas mãos, colhemos depois de tanta luta.

Tampouco me importaria as razões
Que tangem meros anseios e preocupações
As mesmas mãos que semeiam, colhem
Estou certo de que se há chuva
Há de haver uma colheita onde também há sol
Mas do mesmo lado onde se esconde a chuva entre nuvens
Tão maravilhosa essa existência
Que não se pode medir, nem pesar
Chego e sento e nunca saberei o preço
Que minha alma pagaria por essa calmaria
Porém, aqui está o seu digníssimo valor
Esperar na paciência que gera esperança
E faz da razão motivo. de riso
Tornando o amanhã uma mera vaidade
Que neste presente, não atemoriza
Prostro-me a vida e toda sua formosura
Quão beleza imensurável que desejamos viver
Tenho em mim todos os sonhos do mundo
Por isso, viver não precisa ter um sentido
Porque por amor, a vida nos deixa colher
E a própria vida é a colheita
Porque a chuva nos molha, rega
O calor nos aquece, abraça e somos fortes
Somente o limiar do pensar que nos faz sentir e passa
Mas são nos nossos passos, que alcançamos o arco-íris
É na força do crescimento invisível que criamos o anseio
De querer realizar, sem que seja para nós, mas para todos
Mas para nós que amamos também dividir
Semear um sorriso, colhendo um abraço
Vestir um corpo e aquecer uma alma, não tem preço
E o valor só pode receber quem dá sem nada esperar
Porque o gesto nos ensina, não emociona
Porque a razão não pode criar guerra
Mas gerar o silêncio...
E no escorrer das nossas lágrimas, regamos o coração, terra estranha
E sorrindo nasce impetuoso sol
E então, floresce...
E com as nossas mãos, colhemos depois de tanta luta.

Ao mover os olhos, me deito a porta de entrada onde há um derradeiro sonho. A roupa ainda molhada por causa da chuva que caía continuamente fazendo-me ter febre assim podendo diminuir a sensação de sentir. A represa do outro lado a encher corriqueiramente levando tuas pequenas ondas sorrateiras para cantos de onde nem se quer o vento sabe  donde vem. Há um terno deslizar sobre diante de todas as coisas ocultas. E me acomodo a parede onde separa a porta de seu portal. O cair do sono sem sonho faz-me viajar no tempo que não vivi! Eu pensava estar morto, pois nada fazia tanto sentido quanto aquela chuva melindra a insistir a molhar todo o piso de cimento queimado. Formando um espelho infinito para o céu que nada pode reparar. Todos os pedaços de mim era como um fogo cerrado a me aquecer gerando o combustível dessa máquina chamada vida. No limiar dessa passagem em que o vento agressivo fazia despencar folhas dos galhos. Eu via  cabeça de medusa em meio àquele antigo jardim de fantasmas reais do passado, que jaz esquecido, deixava apenas a sensação de que tudo não passava de um sonho sem sono.  Caminhava pelos corredores cheios de pétalas mortas, deixando que o perfume do jasmim inibriasse meu ser que de olhos fechados fazia mover todo espaço criando uma nova existência e resistência. Ao me levantar me deitei naquele banco frio onde meu corpo também gelado se misturava ao objeto inanimado. Os bolsos vazios e a visão quase corruptível pela falta de sua percepção. Nada havia, senão eu o jardim e á chuva...

4 de janeiro de 2018

Saco de ossos

Pele, corpo e voz
Nada mais senão;
Corpo e cabeça e saco
Cinza e passos apagados

E tudo além dos olhos
Despercebidos, somente além;
Passos audíveis despercebidos
E ouvidos que nada vêem

Pena do vento invisível
Folha levada e nada mais;
Senão carruagens ósseas
De ventres impuros sem vento

Paralisia do sol amarelo
Sem doenças e nada mais;
Senão energia que faz pensar
Para o saco de ossos não parar

Pensantes olhos de mentes cansadas
Sentimentos adoecidos e adormecidos
E nada mais, senão;
Frio ou calor ou tempo nublado

Só que nada disso satisfaz
Sol sem nuvens  céu azul
E além disso, nada mais, senão;
Sacos de ossos andantes.

Preciosidade

 "Definimos tudo e qualquer coisa da forma que simplesmente pensamos ser. Mas é necessário compreender que tudo não está sobre o nosso ...